UMA PIONEIRA DO ESG NA ACADEMIA E NA MINERAÇÃO

UMA PIONEIRA DO ESG NA ACADEMIA E NA MINERAÇÃO

No início da década de 1970, ela ocupou uma das carteiras do curso de Engenharia de Minas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Uma escolha audaciosa em uma época em que a profissão era majoritariamente exercida por homens. Mas também uma escolha consciente e determinada tanto que, hoje, ela a considera a maior realização de sua vida. Seria na própria UFMG que a recém-formada engenheira de Minas construiria sua carreira ao longo dos próximos 30 anos, como professora – hoje emérita – e pesquisadora.

Foi lá também, no meio acadêmico, que ela começou a falar da necessidade de uma mineração que olhasse para além dos limites da cava da mina. Por mais amplos que eles pudessem ser, ainda eram um mundo em si mesmo. E um mundo muito maior, no entorno da mineração, continuava a existir. Primeiro era só sobre o meio ambiente. Com o tempo, as questões sociais e econômicas se somaram às ambientais no que se definiu como sustentabilidade. Há cerca de 20 anos, um conceito inicialmente formulado para instituições financeiras se alastrou para outros campos de atuação. O novo tripé do ESG passou a considerar também o fator Governança, além do Ambiental e Social.

De um garimpo de gemas à Sigma Lithium, no mesmo Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, Maria José Gazzi Salum foi uma aprendiz e uma mestra de todas aquelas mudanças conceituais. O sorriso aberto, a extrema simpatia e o tom didático de sua fala apenas tornam mais incisivos o seu olhar equilibrado, consciente e bastante crítico sobre a interface da mineração com o ESG que, em sua abalizada opinião, não existe sem que se cumpram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU (Organização das Nações Unidas). Ou “serão apenas factoides”.

Nesta entrevista exclusiva a In the Mine, Maria José leva o leitor a um passeio por décadas de discussões acadêmicas e práticas de mineradoras. Defende o “pensar globalmente e agir localmente” da Agenda 21 e fala sobre o resgate da confiança da sociedade no setor mineral; do papel das Organizações Não Governamentais (ONGs); da necessidade de políticas públicas para levar o ESG a pequenas empresas e cooperativas de garimpeiros e da importância de se construir uma visão holística do conceito, da academia à operação. A jovens engenheiros de Minas ensina: “Abracem a mineração (…), mas não esqueçam que nós mineramos para a humanidade”.

ITM: Em que momento de sua trajetória acadêmica, a senhora passou a tratar da sustentabilidade da mineração e, mais recentemente, de ESG?

Maria José: Muito antes de se falar em sustentabilidade, na década de 1990, eu já tinha um olhar voltado para essa questão, quase que de uma maneira intuitiva. E já pensava em levar esse tema para a sala de aula: de que forma a mineração ocupa um território, geralmente longínquo, que ela não escolhe? Foi um processo que comecei a abordar na disciplina que sempre lecionei, de Beneficiamento Mineral. Mas, para mim, o ponto crucial ocorreu em 2000, com um projeto que nasceu na mesma região onde hoje atuo, no Vale do Jequitinhonha (MG). Tratava-se de dar sustentabilidade – aí sim, eu começo a usar o termo – social, econômica e ambiental aos garimpos de gemas locais. Ou seja: cuidar do meio ambiente e das questões sociais e de saúde e segurança dos trabalhadores, além de pensar em uma forma mais justa de negociar sua produção mineral, através da formalização da atividade.

ITM: O conceito de ESG é mais amplo que o de sustentabilidade. Em sua opinião, de que forma as mineradoras brasileiras entenderam o ESG?

Maria José: Para mim, existem conceitos até mais amplos que o de ESG. Quando a sustentabilidade começou a tomar corpo, a partir de uma iniciativa da ONU, ainda era uma ideia muito vaga de equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e econômico. Na época, participei de inúmeras reuniões em que se colocava como marco da sustentabilidade o relatório Brundtland, publicado em 1987 no livro “Nosso Futuro em Comum”. Um documento que reflete sobre como podemos, hoje, guardar as condições para o futuro das próximas gerações. Nesse contexto, o senso geral era de que a mineração não se enquadraria nesse futuro por não ser renovável. Como um bem mineral esgotável pode ser guardado para as futuras gerações? Uma leitura bastante equivocada, no meu entendimento, do que de fato constava do relatório. Porque não temos de guardar hoje para o amanhã e sim construir um futuro sustentável, que depende de bens minerais. Sendo que, muito dificilmente, se pode prever quais os bens minerais necessários a um futuro mais sustentável para a humanidade.

ITM: E quanto ao ESG?

Maria José: O ESG foi lançado em 2004, a partir de um chamamento da ONU para as instituições financeiras. O que faz com que ele traga em si a importância de que projetos de mineração só serão financiados se demonstrado que são sustentáveis. Além disso, o conceito nasce com o compromisso de que se pode contribuir não apenas para o mundo ou para o país, mas localmente, como já constava da Agenda 21, em 1992: “pensar globalmente e agir localmente”. No caso da mineração, os impactos sociais e ambientais são muito mais locais que nacionais ou internacionais. Por isso, para mim, antes da febre do ESG, o mais importante são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS – da ONU. Não há como ser ESG sem cumprir os ODS.

ITM: A referência, então, são os ODS?

Maria José: Sim. Na Sigma Lithium, por exemplo, muito antes de surgir o ESG, introduzimos o conceito de centrar as ações sociais e ambientais nos ODS, avaliando qual ação cumpre qual ODS ou quais metas de um ODS, de forma a torná-la mais palpável. Aí vem o ESG e toma conta de tudo. Hoje, com a nossa idade, nos permitimos ter olhares diferentes sobre o ESG. O E de Enviromental e o S de Social contemplam vários fatores, formando um arcabouço do que é ser sustentável do ponto de vista ambiental e social. Mas o ponto de vista econômico depende da empresa. Abrir mão de um determinado recurso financeiro passa pela gestão da corporação, por sua governança. Se ela não estiver voltada para o E e o S, desculpe. Vai ficar mesmo apenas no E de Econômico. Por isso, na minha opinião, tudo começa com a governança da empresa incorporando a necessidade de trabalhar com o meio ambiente e com o social e entendendo que, mesmo perdendo agora, haverá um ganho logo à frente, economicamente falando. Sem isso, o ESG será só um factoide.

ITM: A Sigma seguiu esse caminho?

Maria José: A Sigma investiu pesado no E no S, com a crença total de que, em determinado momento, essa decisão seria um fator diferenciador que nos traria competitividade, inclusive econômica. É uma chave complicada de virar porque é o board da empresa que decide. É muito mais que compliance. Uma outra estratégia pode até funcionar em termos de competitividade. Mas não como ESG.

ITM: A mineração, em geral, já virou essa chave?

Maria José: Quando eu estava no Ministério de Minas e Energia (MME) como diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração, recebi um documento da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, que tratava sobre ODS na mineração. Ao citar o Brasil, vimos que havia apenas dois exemplos de mineradoras que cumpriam ODS. Eu conhecia muito mais exemplos maravilhosos. Só que as próprias mineradoras não sabiam que estavam cumprindo ODS. Então, coordenei um seminário no MME chamado “Os ODS na Mineração Brasileira”, e convidei empresas para participar. Varri os 17 ODS com estudos de caso de quatro empresas de grande porte, sete de médio porte e uma cooperativa de pequenos produtores. Isso aconteceu em 2018 e essas empresas já seguiam ODS em suas práticas. De forma que acredito mesmo que o setor virou essa chave.

ITM: Atualmente, quais são ainda os principais gargalos para a efetiva aplicação do ESG por mineradoras?

Maria José: As mineradoras têm procurado contribuir com uma visão muito importante, que é a local, de interagir com o território onde atuam. Mesmo antes dos acidentes (rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho) que, aliás, nos obrigaram a avançar, já tínhamos muitas práticas boas. John Kennedy, ex-presidente norte-americano, dizia que não devemos olhar ou buscar a culpa do passado, mas sim assumir nossa responsabilidade pelo futuro. Não temos que ter ações socioambientais apenas para obter apoio ou aprovação de alguns que têm medo ou não entendem o processo de mineração. Temos que fazê-las com convicção, o que passa por conhecer muito bem o território de atuação. São as pessoas desse território que devem dizer se a mineração é boa para elas. Recentemente, li em um parecer técnico que não se pode deixar a mineração interferir no modo tradicional de vida das comunidades. A mineração não quer fazer isso. E não é alguém sentado em um escritório em Brasília (DF) que vai dizer o que a comunidade quer. De qualquer forma, a confiança no setor não se compra e não se conquista falando, mas fazendo. É a forma como fazemos que vai nos levar a ganhar novamente a confiança da sociedade.

ITM: Há muita pressão de agentes externos.

Maria José: Sempre. Participei de um evento onde só ONGs podiam falar de mineração. Então, perguntei se elas queriam apenas o dinheiro da mineração ou que o setor participasse de seus projetos de construção social e ambiental. A mineração não é o pai provedor que dá dinheiro ao filho sem nem perguntar em que ele vai gastá-lo. É participando que se muda o setor e a própria percepção que se tem dele. Há bons interesses, sem dúvida. Mas há também muitos interesses escusos. Podem ter o dinheiro da mineração, mas sejam parceiros.

ITM: Políticas públicas podem ampliar a adoção do ESG por empresas de médio e pequeno porte?

Maria José: As empresas de médio porte, até porque dependem muito de capital externo por estarem listadas em bolsa, conseguiram se adaptar ao ESG, por vezes antes mesmo das empresas de grande porte. Inclusive as de pesquisa mineral têm que respeitar o conceito ou nenhum investidor vai apostar em seu projeto. Mas há as que não estão em bolsa de valores e as de pequeno porte. Como o ESG de verdade exige investimento e tecnologia, elas dependem muito de uma política pública. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, exige a demonstração de várias ações ESG para a concessão de empréstimos. Esse é o papel do governo: ter uma política pública para ajudar as empresas a trabalhar de forma mais adequada, gerando menos impacto. Pode ser uma política de financiamento, desde que atrelada a condições socioambientais. Já em cooperativas, onde a capacitação é muito importante, instituições como o Sebrae (de apoio às micro e pequenas empresas) e o Senai (de aprendizagem industrial), entre outras, podem ter um pool de ações que contribuam para essa qualificação.

ITM: A senhora conhece iniciativas bem-sucedidas junto a garimpos?

Maria José: Há exemplos de cooperativas de garimpeiros que já avançaram para um patamar de sustentabilidade. Cito sempre a COOGAMAI, de garimpeiros do Médio e Alto Uruguai, sediada em Ametista do Sul, no Rio Grande do Sul, que alcançou resultados impressionantes a partir de uma política pública. Fiz parte desse programa de assessoramento, que tratou desde a importância da tecnologia no processo produtivo até as formas de negociação dos produtos. É uma prova de que uma política pública voltada a pequenas empresas dá muito certo.

ITM: Sendo assim, por que essas políticas não são mais constantes?

Maria José: Temos profissionais muito capacitados nos órgãos públicos. Mas, a primeira ação para levar uma política pública a um pequeno produtor é demonstrar que ele precisa se formalizar. Não há como, por exemplo, aplicar uma política pública mineral ao garimpo ilegal. É um caso de polícia e não de política do MME. Para formalizar um garimpo ilegal há diversas questões no direito mineral e precisamos do apoio de empresas que ajudem nesse processo, já que não existem mais áreas livres para concessão. Há, ainda, o problema dos superficiários, que devem receber o seu quinhão. Não é o caso de obrigar uma empresa a dividir parte de sua área com o garimpo. Mas o apoio é necessário e deve ser valorizado através de uma política pública.

ITM: Como as mineradoras podem formar seus quadros com uma visão mais abrangente de ESG?

Maria José: Só há uma forma: através de um comitê ESG interno, composto por uma equipe técnica permanente e interdisciplinar, formada pelos responsáveis por cada área da empresa. O líder do planejamento, do desmonte de rocha, da lavra, do beneficiamento, todos têm que conversar toda semana. Não basta ter uma equipe de Relações com a Comunidade para relatar a cada área, individualmente, as reclamações que chegam à empresa. Caberia a um head ESG colocar as questões na mesma sala para todas as lideranças. Isso em uma operação.

ITM: E na fase de projeto?

Maria José: Uma equipe multidisciplinar pode acelerar muito o nascer de uma mineração. O engenheiro de Minas não pode apenas cuidar da lavra ou de tratar o minério. Todos precisam conversar. Por exemplo, é usual que a pilha de estéril fique perto da cava da mina e que a pilha de rejeitos fique perto da planta de concentração. Mas, num projeto, pode haver uma área de pasto próxima onde não será preciso suprimir vegetação, mesmo implicando no deslocamento de caminhões até lá. Qual será o ganho da empresa ao suprimir uma vegetação de Mata Atlântica para instalar a pilha de rejeitos ao lado da cava da mina? Será imperdoável porque, apesar de permitido por lei, ela será acusada para sempre de ter suprimido Mata Atlântica. É preciso calcular os ganhos de cada ação e, obrigatoriamente, conversar com todos os envolvidos. A própria sociedade nos pede isso. Essa visão deve começar na formação do geólogo, do engenheiro de minas, do técnico de mineração. Quando se entende do processo mineral e se tem uma cabeça ESG, não há risco de irritar ninguém.

ITM: Por isso, a senhora defende a inclusão do ESG nos currículos de cursos acadêmicos e técnicos de mineração?

Maria José: Essa inclusão é necessária, mas não como uma disciplina específica e sim de forma transversal a todas as cadeiras. Na disciplina sobre lavra, do curso de Engenharia de Minas, por exemplo, quando o professor fala das vantagens e desvantagens de uma lavra a céu aberto, subterrânea, em tiras etc., tem que explicar suas implicações econômicas e técnicas. Mas nunca trata dos aspectos ambientais e sociais de cada tipo de lavra. É nesse sentido que falo da transversalidade em todas as disciplinas. Quando fui vice-diretora da Escola de Engenharia da UFMG, coordenei uma reestruturação curricular, que chamei de reengenharia do ensino de engenharia. No entanto, como diz o ditado, “em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.

ITM: Como assim?

Maria José: Eu consegui avançar porque houve um movimento maravilhoso na engenharia…civil. O curso tinha uma disciplina da qual participavam todos os professores e onde os alunos precisavam elaborar um projeto que incluísse, além dos aspectos técnicos e econômicos, também os sociais e ambientais. É assim que se constrói. Pode-se até sensibilizar os alunos com uma disciplina de ESG, Sustentabilidade, Meio Ambiente ou o que seja. Mas não se forma uma pessoa com um olhar holístico se o conceito não for introduzido em cada uma das disciplinas. Claro, que será preciso também ensinar os professores a terem esse olhar…

ITM: A senhora faz diferenciações sobre a maneira como o ESG poderia ser incluído em cada curso. Pode explicar?

Maria José: A Geologia, sendo uma ciência da Terra, predispõe naturalmente o profissional para interações maiores com o meio ambiente, mas não com o social, o que é muito importante já que será ele o primeiro a ter contato com a comunidade ao fazer a prospecção do depósito mineral. Já a Engenharia tende a ser muito objetiva em termos da produtividade, mas precisa entender que um projeto social e ambientalmente mal construído demorará três, quatro ou cinco anos para obter a licença. Um tempo que custa muito caro.

ITM: No caso dos técnicos de mineração, como passar essa visão?

Maria José: Mesmo estando em um nível diferente de escolaridade, eles aprendem o mesmo que um geólogo ou um engenheiro de minas. Basta explicar por que uma lavra de um tipo é menos impactante que outro. A ideia é sempre abordar o tema de forma prática, perguntando ao aluno os impactos ambientais e sociais de cada conteúdo técnico que lhe é ensinado. Eles são plenamente capazes de absorver o conceito. E vale também para eles tornar obrigatória a avaliação socioambiental no trabalho de final de curso.

ITM: A legislação mineral e ambiental brasileira não precisaria ser atualizada para contemplar o conceito ESG?

Maria José: Tenho um enorme carinho por órgãos como a ANM (Agência Nacional de Mineração) e o SGB (Serviço Geológico do Brasil). Mas, hoje, percebo que o olhar ESG nunca é demandado do minerador, até para que ele possa enxergar as dificuldades que terá ao implementar seu projeto. A Declaração de Recursos e Reservas, por exemplo, já inclui esse conceito. Então, pergunto: quanto do que há sobre o tema na declaração é colocado no Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) entregue à ANM? O resultado é que será preciso retomar essas informações no licenciamento ambiental, o que dá um retrabalho horroroso. Talvez formatar o PAE de forma mais atualizada ajude a própria ANM. Assim, a legislação pode ser atualizada. Outro problema é a falta de integração dos dados do sistema ambiental com os da ANM. Quem tem trabalho dobrado com isso é o minerador.

ITM: Inclusive, não há um inventário consolidado de dados ESG da mineração brasileira. Não é importante avançar nessa construção?

Maria José: A empresa, às vezes, até tem esses dados. Mas o problema é repassá-los para um banco de dados do serviço público. Num mesmo setor, na mesma secretaria, no mesmo Ministério, não se consegue integrar os dados. É uma questão de Tecnologia da Informação. Obviamente, ANM, Ibama, ICMBio, SGB e depois os órgãos estaduais de meio ambiente precisam sentar e discutir uma solução para que tenham uma única plataforma digital. Senão, o minerador insere os dados no sistema ambiental de uma forma, no mineral de outra e assim vai. Se pudéssemos integrar esses dados, acredito que teríamos uma grata surpresa ao descobrir que preservamos mais do que dizemos preservar. É um imenso desafio que precisa ser superado. Uma forma, aliás, de simplificar o licenciamento ambiental deveria ser o conhecimento prévio, pelo órgão ambiental, da área do projeto.

ITM: Nos últimos anos, muitas mineradoras passaram a unificar os indicadores nacionais e internacionais de suas operações nos relatórios de sustentabilidade. Qual a sua avaliação desse procedimento?

Maria José: É o tal do GRI (Global Reporting Initiative, organização holandesa que desenvolve parâmetros para relatórios de sustentabilidade). Conheço ações maravilhosas de mineradoras que não encontro mais nos relatórios atuais e já tive inúmeras discussões a esse propósito. O fato é que as empresas não estão preocupadas em dizer o que fazem para a sociedade e sim em dizer para o mercado que atenderam ao GRI números tal, tal e tal. A sociedade está se lixando para o GRI. Li vários relatórios do sustentabilidade recentemente e os que mais me impressionaram positivamente foram os mais simples que, na última página, linkavam em um índice remissivo o GRI atendido.

Maria José Gazzi Salum

 

Perfil

Nasceu em: 21/11/1952, em Belo Horizonte, Minas Gerais

Mora em: Nova Lima (MG)

Formação acadêmica: Engenheira de Minas e doutora em Tecnologia Mineral pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

Trajetória profissional: Durante 30 anos foi professora e pesquisadora da UFMG, onde também foi vice-diretora da Escola de Engenharia, chefe do Departamento de Engenharia de Minas e Pró-Reitora de Recursos Humanos. Entre 2005 e 2010 e 2016 e 2018, foi diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração no Ministério de Minas e Energia (MME). Em 2018 assumiu como secretária de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM). Em 2020, passou a integrar o Comitê ESG da Sigma Lithium

Família: Quatro filhos e sete netos

Time de futebol: Até gosto, mas não tenho. Minha família era Cruzeirense. A família de meu marido, filhos e netos torcem para o América. Então, decidi não torcer para ninguém

Hobby: Ler

Um mestre ou ídolo: Eu sou de poucos e todos. Eu tenho muitos ídolos e mestres, talvez. Mas vou citar Fernando Pessoa e Machado de Assis

Maior decepção: Não ter visto a educação no país evoluir como esperava

Maior realização: Ter escolhido a profissão que escolhi e jamais ter me arrependido

Um “conselho” aos jovens Engenheiros de Minas: Abracem a mineração. A humanidade precisa dos bens minerais para melhorar sua qualidade de vida. Mas não se esqueçam que nós mineramos para essa humanidade

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