SCANIA CAMINHÃO 8X4 TELEOPERADO PARA MINERAÇÃO

SCANIA CAMINHÃO 8X4 TELEOPERADO PARA MINERAÇÃO

Há pelo menos cinco anos, caminhões controlados à distância, teleoperados ou semiautônomos, como se diz, não são novidades na mineração brasileira. No entando, o recém lançado Scania G 500 8×4 XT, operado a partir de uma cabine externa, abre novas possibilidades, principalmente em locais críticos do ponto de vista da segurança operacional. A começar pela capacidade de carga (de 40 a 45 t líquidas) oferecida pela configuração 8×4 (algo realmente novo, considerando-se que até agora só estavam disponíveis modelos teleoperados com tração 6×2 e, portanto, com capacidade menor).

Scania-teleoperado

O modelo Scania G 500 8×4 XT, chega ao mercado para atender uma demanda específica da mineradora Vale, que solicitou a um prestador de serviços (a Fidens, de Minas Gerais) uma solução de maior produtividade para o transporte de material das barragens de rejeitos a montante que estão sendo descaracterizadas. O ponto de partida, a referência principal até então, eram os teleoperados 6×2 e, em menor escala, dado os protocolos de segurança requeridos, os articulados – lembrando que caminhões rígidos não tem a flexibilidade operacional necessária nesse tipo de operação, em que a carga não é transportada de um ponto a outro, mas de vários pontos a um local definido.

Proposto o desafio, a Fidens procurou a Scania e estabeleceu-se uma parceria que acabou envolvendo também, além da Itaipu, concessionária da marca, a Hexagon (grupo líder em tecnologia para a indústria automotiva). Foi daí, dessas expertises reunidas, que surgiu o novo modelo, já plenamente operacional e demonstrado em condições simuladas de trabalho, no final de junho, nas instalações da Fidens, em Minas Gerais.

Thiago Frauches
Thiago Frauches, diretor comercial da Fidens

Um aspecto a destacar foi a grande liberdade dada pela Scania para a Hexagon, que teve total acesso aos sistemas do caminhão para integrar sua tecnologia (solução TeleOp) de adaptação, bem como a instalação elétrica, câmeras e a cadeira remota de comando (ou cockpit). Isso resolveu um dos aspectos críticos em veículos operados remotamente. “A solução da Scania e da Hexagon tem uma comunicação mais direta e rápida com o sistema de direção do caminhão. O que diminui o tempo de resposta para o caminhão não perder nenhum sinal de comando, pois cada segundo de demora representa perda de produtividade”, explica Thiago Frauches, diretor comercial da Fidens. Ele estima entre 20 e 30% o ganho de produtividade com o 8×4 teleoperado na operação.

Segundo ele, outro diferencial do produto é sair de fábrica com garantia e homologação da Scania. O que não é menos importante dadas as condições severas de trabalho. O Scania G 500 8×4 XT Heavy Tipper teleoperado é igual ao mesmo modelo convencional que sai da linha de produção. Tem suspensão dianteira com capacidade de 22 t, 38 t na suspensão traseira, desenvolve torque de 2.550Nm, a caixa de câmbio é a Opticruise GRSO935R, e conta com eixo RBP900 e freio auxiliar hidráulico Scania Retarder de 4.100Nm.

Ou seja, não houve perda das características de resistência e robustez para a operação offroad. O veículo pode, inclusive, operar de forma tradicional com motorista a qualquer momento. Nesse novo projeto, as alterações concentraram-se na coluna de direção com volante de ângulo ajustável, nova caixa de direção elétrica com sistema de direção servo assistido para o segmento e sistema de direção teleoperado com acionamento via correia, polias e suporte do motor elétrico da Hexagon. Outras providências necessárias foram a preparação e instalação do sistema de acionamento do bloqueio do diferencial, definição do local ideal para a instalação do suporte de antenas e câmeras, e, por fim, a preparação nos sistemas de freios e elétricos.

Scania-teleoperado

Para que as mesmas operações feitas hoje por caminhões 6×4 pudessem ser feitas por modelos 8×4, uma preocupação que permeou todas as discussões em torno do projeto – e que foi resolvida, segundo Thiago Frauches – era que eles imprimissem a mesma pressão no solo. Um indicador crítico, já que nesse tipo de estrutura os diques de contenção se apoiam sobre o próprio rejeito ou sedimento previamente lançado e depositado, tornando o montante suscetível a infiltrações de água e eventuais rompimentos.

O controle remoto do caminhão é feito por uma cadeira de comando (um cockpit que se assemelha a um simulador de direção), com câmeras e sistemas de telemetria para a total condução do veículo a quilômetros de distância. No caminhão, diversas outras câmeras e sensores ajudam o operador a fazer curvas, carregamento, descarregamento e demais ordens da direção comum no dia a dia do trabalho na mineração. “O controle do caminhão é bem simples e transmite ao condutor toda a segurança e informações necessárias para a operação”, salienta Ivanovik Marx, gerente de Engenharia de Aplicações de Oferta de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil.

“A Scania acreditou desde o primeiro momento neste projeto. O potencial de negócio do descomissionamento de barragens é enorme, além de outras aplicações com controle à distância. Nos preparamos desde o início para atender da melhor forma a Fidens. A tecnologia da Hexagon é muito eficiente e estamos entregando em conjunto uma solução perfeita para este tipo de operação. O competente apoio da estrutura da Casa Scania Itaipu para suportar a Fidens será essencial”, diz Luciano Piccirillo, novo gerente de Vendas de Soluções Off-Road da Scania Operações Comerciais Brasil. “O G 500 8×4 teleoperado passa a fazer parte do nosso portfólio de produtos para o mercado a partir de agora”.

 

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