LIEBHERR: RESILIÊNCIA E CONFIANÇA NO BRASIL

LIEBHERR: RESILIÊNCIA E CONFIANÇA NO BRASIL

“Uma empresa familiar independente, alicerçada nos mesmos princípios e valores desde a sua fundação, hoje dirigida pela terceira geração, desde que foi criada por Hans Liebherr, em 1949, na Alemanha”. Assim, Lázaro Silva, diretor administrativo-financeiro da Liebherr Brasil definiu o conglomerado industrial alemão que, aos 75 anos, congrega mais de 150 empresas e de 50 mil funcionários em todo o mundo e cuja subsidiária brasileira chega ao cinquentenário neste ano (2024).

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Jan Liebherr, presidente do Conselho de Administração do Grupo e Lázaro Silva, diretor administrativo-financeiro da Liebherr Brasil

A cerimônia de comemoração, realizada em sua sede em Guaratinguetá, interior de São Paulo, no último dia 07 de junho, contou com a presença de Jan Liebherr, presidente do Conselho de Administração do grupo, de ex-presidentes, da atual equipe de diretores e gerentes e de autoridades públicas e clientes da marca.

Silva lembrou que a fábrica paulista resumia-se, inicialmente, a uma linha de montagem de guindastes de torre para atender ao boom da indústria naval do Rio de Janeiro e do setor de construção civil de São Paulo. Nos 50 anos decorridos desde então, o Brasil atravessou várias crises econômicas e políticas, com alguns ciclos de crescimento impulsionados por investimentos públicos e privados. Mesmo nas épocas mais difíceis, a Liebherr jamais cogitou deixar o Brasil, numa reiterada prova de sua resiliência às adversidades e de sua confiança no país, afirmou o executivo.

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Hoje, a planta industrial brasileira continua sendo a única do grupo na América do Sul, mas ampliou significativamente seu portfólio de equipamentos para os segmentos de construção e mineração. Entre eles, escavadeiras, pás-carregadeiras, tratores de esteira, caminhões off road, betoneiras e bombas de concreto. Outras linhas são a de componentes de sistemas aeroespaciais para a indústria aeronáutica e a de rolamentos de grande diâmetro, destinados ao setor de energia eólica e em aplicações na mineração.

Em expansão

Segundo Daniel Poll, diretor comercial da Liebherr Brasil, o segmento de mineração da empresa divide-se em duas áreas: a de operações que requerem máquinas com portes até 75 t, para movimentações de cerca de 4 Mtpa; e aquelas acima desses patamares, faixa que está com vendas aquecidas neste ano, em função da demanda de grandes produtoras de minério de ferro do país. “Já recebemos três máquinas de 250 t em 2024 e devemos receber outras duas de 400 t ainda este ano”, exemplifica Poll.

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Daniel Poll, diretor comercial da Liebherr Brasil

O diretor se refere a três escavadeiras R 9250 (250 t e caçamba de 13 m³), destinadas a uma operação na região de Corumbá (MS), e a duas R 9400, da classe de 400 t e caçamba de 28,5 m³, que seguirão para o Pará assim que ingressarem no país, todas para a produção de minério de ferro. As escavadeiras R 9400 são as primeiras Liebherr desse porte no Brasil.

Na faixa até 75 t da fabricante estão os modelos L 586 XPower, L 580, L 550 e L 538 Plus, de pás-carregadeiras, e R 938 (40 t), R 945 SME (50 t), R 954 C SME (60 t) e R 966 (70 t), de escavadeiras. Todos os modelos de pás-carregadeiras, além da R 938 e R 945 SME, foram expostos na entrada do espaço dedicado ao evento dos 50 anos.

Os equipamentos Liebherr têm evoluído em linha com a tendência de descarbonização da frota móvel de equipamentos, medida que se enquadra nos compromissos assumidos pelo Brasil e outros países no Acordo de Paris, de redução de 33% dos Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2030 e neutralidade das emissões até 2050. Poll destaca que o cumprimento dessas metas se dará em etapas, a começar do consumo mais eficiente de diesel. “Nossa linha de pás-carregadeiras, por exemplo, consome 30% a menos de combustível que máquinas de sua classe disponíveis no mercado”, garante.

O próximo passo – eletrificação com o uso de baterias – também já está em desenvolvimento, através de uma parceria com um cliente australiano da marca. Falta ainda definir qual ou quais combustíveis serão utilizados – se hidrogênio ou amônia. “O hidrogênio é mais barato que a amônia e o Brasil pode se tornar um grande produtor devido ao potencial de seu parque eólico. Por outro lado, há riscos de segurança, porque é um material explosivo. A amônia não é explosiva, mas é tóxica, tendo aplicação limitada a certas condições”, explica Poll.

Segundo ele, a Liebherr já possui um protótipo de máquina movida a hidrogênio em estágio bastante avançado de desenvolvimento, mas ainda são necessários mais testes para garantir sua segurança e um outro problema, que é a exigência de consumo do combustível em um tempo reduzido. “O hidrogênio é como água com gás. Precisa ser consumido em 7 dias ou perde sua eficácia”, justifica.

Outras questões a serem ainda equacionadas, no caso das baterias, são a de sua composição e carregamento. A composição pode empregar vários tipos de minério, como lítio, cobalto ou magnésio, entre outros. Mas, lembra Poll, ainda são minerais críticos para suprir a demanda futura. De seu lado,  a recarga da bateria exige opções de reabastecimento móvel, além de pontos fixos, ou a aquisição de unidades de reposição. Para o executivo, no curto prazo, o etanol, menos poluente, também é uma alternativa, exclusivamente ou de forma híbrida com o diesel. “Qualquer escolha, no entanto, dependerá sempre da configuração de cada mina”, conclui.

 

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