ROBUSTEZ DAS INFORMAÇÕES É GARANTIA DE QUALIDADE 

ROBUSTEZ DAS INFORMAÇÕES É GARANTIA DE QUALIDADE 

Um sistema robusto de informações qualificadas traz garantia técnica, gera melhorias, conhecimento e aconselhamento para auxiliar no relatório final da empresa. Os recursos precisam ser reportados de forma qualificada e a forma como a informação é disseminada para os stakeholders faz toda a diferença na atração de investimento para o negócio, disse o professor Mark Noppé, da Universidade de Queensland, da Austrália, na apresentação do painel “Divulgação de Recursos, Reservas e Resultados em Projetos de Pesquisa Mineral”, na manhã desta quarta-feira (22/5), último dia do XI Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral, em Ouro Preto (MG).

Mark Noppé
Mark Noppé

“Neste momento, em que muitas empresas não possuem profissionais especializados em seu corpo técnico, é muito importante a robustez do sistema. Uma auditoria detalhada significa garantia qualificada para o seu projeto. Um sistema de garantias e recursos e reservas traz um nível maior de independência que agrega valor ao projeto e garante a governança corporativa, além de ajudar a desenvolver as competências da sua equipe”, disse ele.

Em seguida à sua apresentação, o painel contou com um bate-papo que teve a presença de Lilian Grabellos, executiva e consultora de recursos da Kinross; Talita Ferreira, consultora principal da Geoestima, e Brunna Pajanoti, geóloga da Harpia Gold. A conversa foi mediada pela diretora executiva da GeoAnsata, Glaucia Cuchierato (na foto em destaque), geóloga, doutora em engenharia mineral, e articulista da In The Mine. Na 1ª rodada, o tema foi o acompanhamento das auditorias na declaração dos resultados.

Um processo de melhoria contínua, em que a transparência é fundamental. Dessa forma Lilian Grabellos definiu o trabalho da auditoria, área em que tem vasta experiência, atuando em diferentes funções, primeiro dentro das empresas e depois como auditora externa. Segundo ela, toda auditoria é um processo de aprendizado. “A gente recebe o auditor, ouve, elabora um plano de ação, trabalha e busca referências para checar a validação de cada etapa do processo. Foi através das auditorias que eu aprendi várias coisas que falamos hoje”, afirmou.

Lilian Grabellos
Lilian Grabellos

Ela lembrou que, além dos códigos propriamente ditos, existem os guias de boas práticas, que auxiliam nesse trabalho. “Todo esse material é fonte de aprendizado e deve ser lido e estudado para que se possa fazer um avaliação de recursos e reservas com excelência, minimizando assim os riscos”.

“O ‘frio na barriga’ existe, por saber que aqueles conceitos trabalhados terão que ser validados por uma auditoria externa. Mas é uma experiência muito importante”, atesta Talita Ferreira. “Quando entendemos as várias etapas de um projeto e a fase em que estamos, passamos a ter mais segurança. O receio inicial é natural, porque a gente sabe que todas as outras áreas da empresa são muito bem mapeadas pela governança. Mas no caso de recursos e reservas isso acaba sendo deixado de lado, pois muitas vezes se esquece dessa conexão entre o operativo e o stakeholders”, afirmou.

Talita Ferreira
Talita Ferreira

Segundo ela, não basta apenas fazer bem o seu trabalho: é preciso conversar com outras áreas, falar para o seu público e seus investidores, para atestar a confiabilidade dos números.

Em relação à utilização de boas práticas, a mediadora Glaucia Cuchierato alertou que não se pode encará-las como uma burocracia. E em seguida lembrou de um antigo ditado do mundo corporativo: “planilha de excel não é banco de dados”.

Brunna Pajanoti citou as boas práticas ambientais, uma pauta recente no setor. “Nós temos um histórico muito grande na mineração, dos anos 1970 e 1980, de atuar em áreas com a presença de garimpos. Hoje as empresas trazem essa cara nova das boas práticas, a questão do meio ambiente. Fazemos mapeamentos extensos e é preciso respeitar as licenças ambientais, a gestão de resíduos, as áreas de preservação implantadas. Agora estamos voltando para essas mesmas áreas e é preciso começar um novo planejamento, buscando sair dessa cara de garimpo, e mostrar as caras para a sociedade como empresa, com um papel mais politicamente correto”, conta.

Bruna Pajanoti
Bruna Pajanoti

Ela prossegue, reforçando a importância da qualidade da informação. “A pesquisa mineral e a exploração são o cartão de visitas. Se não tem pesquisa, não tem recurso nem reserva. A exploração e a pesquisa vão imputar dados que até podem nem ser utilizados. Mas a responsabilidade dos dados que entram é muito importante para a auditoria depois. É preciso refinar esses dados. O que tempos é a confiabilidade desses  dados”, conclui.

(Por: Paulo Boa Nova)
Fotos: Paulo Boa Nova/In the Mine

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