JABUTI CARVOEIRO NA EÓLICA OFFSHORE

Em meados de novembro, o BNP Paribas, maior banco da União Europeia, anunciou que não concederá mais financiamento a projetos de extração de carvão metalúrgico. Enquanto isso, no Brasil, um jabuti carvoeiro foi incluído – a despeito de todo o despropósito – no texto do projeto de lei 11.247/18, que regula a implantação de usinas eólicas em alto mar. A ideia insólita, que tem nome e endereço – Zé Vitor, deputado federal pelo PL/MG, prorroga de 2029 (marco até então vigente) até 2050 a operação de usinas termelétricas, cuja produção é curiosamente contratada pela EMBPar, estatal que deveria cuidar de energia nuclear e binacional (no caso Itaipu, de natureza hidrelétrica).

A medida nem se estende às 21 usinas a carvão que operam hoje no Brasil. É específica para sete empreendimentos: Figueira (PR), Candiota III (RS), Pecém I (CE), Pecém II (CE), Itaqui (MA) e Jorge Lacerda, complexo com quatro usinas (SC). Candiota III (Foto) e duas das usinas do complexo Jorge Lacerda estão entre as maiores emissoras de gases de efeito estufa, segundo levantamento do Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente). O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, por 403 votos a favor (somente 18 contra), e voltou ao Senado para que os parlamentares decidam se jabutis sobem ou não em árvores.

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