A Boston Metal, uma empresa que está desenvolvendo tecnologia para descontinuar completamente o uso de carbono na produção de aço, anunciou o primeiro fechamento de US$120 milhões da captação de recursos de Série C liderada pela multinacional siderúrgica ArcelorMittal S.A. (NYSE: MT). O fundo Climate Innovation da Microsoft e o SiteGround Capital também se juntaram como novos investidores nesta rodada, ao lado dos atuais investidores.
O principal investimento da ArcelorMittal foi feito através do seu fundo XCarb® Innovation. “Na Boston Metal, estamos investindo em um time que têm feito progressos impressionantes em um período de tempo relativamente curto, desenvolvendo uma tecnologia que tem um potencial promissor de revolucionar a fabricação de metal” diz Aditya Mittal, CEO da ArcelorMittal
O processo patenteado Molten Oxide Electrolysis (MOE) da Boston Metal está sendo comercializado para produzir aço verde e metais de alto valor, como estanho e nióbio. Os fundos de Série C expandirão a produção de aço verde na instalação piloto da empresa nos arredores de Boston e apoiarão a seleção do local e o projeto preliminar de sua primeira planta de aço verde. Os novos recursos também apoiarão a construção e o comissionamento de uma fábrica de metais de alto valor na subsidiária brasileira da empresa, a Boston Metal do Brasil.
“O fundo Climate Innovation da Microsoft foi criado para acelerar o desenvolvimento e implantação de tecnologia em áreas que terão impacto climático mais significativo. A tecnologia que a Boston Metal está desenvolvendo tem o potencial de entregar aço verde acessível em larga escala, ajudando a impulsionar a descarbonização entre setores, que é cada vez mais crítico para empresas com metas de redução de carbono, como a Microsoft,” disse Brandon Middaugh, Diretor do Fundo Climate Innovation da Microsoft.
Com o fechamento, Irina Gorbounova, da ArcelorMittal, e Rick Cutright, atual investidor da OGCI Climate Investments, se juntou ao quadro de diretores da empresa. “A Boston Metal tem construído um time incrível que tem feito progresso significativo em avançar essa tecnologia disruptiva desde que fizemos nosso primeiro investimento em sua Série A,” diz Rick Cutright, Diretor de Tecnologia na OGCI Climate Investments.
“Estamos muito felizes em continuar esse investimento e ser parte dessa próxima fase importante para o crescimento da empresa à medida que constrói a capacidade que revolucionará a indústria siderúrgica e apoiará uma economia líquida zero”.
Aço é um dos materiais mais importantes para a nossa sociedade, com cerca de 2 bilhões de toneladas produzidas a cada ano, mas a indústria depende de um processo de fabricação intensivo em carbono que contribui com quase 10% das emissões globais. Os principais consumidores de aço nos setores automotivo, de construção e de tecnologia estão exigindo soluções de aço zero líquido, e a indústria do aço se comprometeu a atingir zero líquido até 2050.
A Boston Metal está comercializando uma tecnologia de emissão zero destinada a atingir a escala de bilhões de toneladas nos custos de produção competitivos necessários para revolucionar a indústria siderúrgica. A plataforma MOE da empresa usa eletricidade renovável para converter todos os tipos de minério de ferro em aço por meio de um processo eficiente em energia e composto de uma etapa. A tecnologia MOE não libera dióxido de carbono ou outros subprodutos nocivos e não há necessidade de água de processo, produtos químicos perigosos ou catalisadores de metais preciosos.
“Nossa tecnologia é projetada para descarbonizar a produção de aço em escala. Acreditamos ter uma equipe experiente, forte apoio financeiro e a tecnologia inovadora necessária para revolucionar o setor. O apoio da ArcelorMittal reforça ainda mais nossa capacidade de liderar a revolução do aço verde”, afirmou Tadeu Carneiro, presidente e CEO da Boston Metal.
De maneira complementar ao trabalho da empresa em aço, a Boston Metal do Brasil está focada em usar o MOE para aumentar a eficiência, sustentabilidade e lucratividade da produção de metais. A MOE extrai seletivamente metais valiosos de materiais complexos e de baixa concentração que atualmente são considerados resíduos. Isso permite que as mineradoras reduzam os passivos financeiros e ambientais da escória, aproveitando esse subproduto natural da produção de metal para criar novos fluxos de receita. Os primeiros resultados da Boston Metal do Brasil estão previstos para 2023.
