Nos últimos meses, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), iniciou um estudo inédito em suas áreas de bauxita na região de Miraí, na Zona da Mata Mineira. O objetivo era promover melhorias com foco na sustentabilidade. A pesquisa, além de acompanhar a capacidade de infiltração de água no solo, avalia a repelência da água no contexto da mineração, comparando áreas mineradas e reabilitadas pela Companhia com as áreas não mineradas.
Esses estudos estão inseridos no “Programa de Estudos Hidrológicos da CBA”. A iniciativa inovadora no Brasil e no mundo é realizada em parceria com o Laboratório de Hidrologia Florestal (LHF) da UFV. O programa, liderado pelo professor titular e coordenador do LHF Herly Carlos Teixeira Dias, contém outros estudos hidrológicos, todos com relevância para o meio ambiente e para o setor de mineração.
Quanto ao estudo da avaliação de infiltração e repelência da água no solo, os primeiros resultados já indicam processos hidrológicos com melhor performance nas áreas reabilitadas em comparação às áreas não mineradas. Quando comparadas com áreas não mineradas, os locais reabilitados após a lavra da bauxita obtiveram 112% a mais de capacidade de infiltração de água no solo – isso significa mais água disponível para o desenvolvimento das plantas e maior recarga dos lençóis freáticos.
A infiltração é um processo de entrada de água na camada superficial do solo, movendo-se através dos poros presentes no terreno. O entendimento da dinâmica da infiltração é importante para a conservação do solo e da água, permitindo comparar o antes e o depois da mineração e, assim, aprimorar as práticas sustentáveis do processo de reabilitação ambiental.
Com relação à repelência da água, em áreas reabilitadas a média foi de 1%, enquanto nas áreas não mineradas foi de 6%. O indicador demonstra o desempenho positivo, deixando claro que, em corpos reabilitados, os solos possuem uma ótima capacidade de molhamento.
Conservação do solo e da água
De acordo com o professor Herly, além do estudo atestar o melhor desempenho dos processos hidrológicos nas áreas reabilitadas pela Companhia, também fornecem subsídios para a evolução das práticas de uso e manejo do solo, trazendo as informações necessárias para o aprimoramento do dimensionamento das estruturas de manejo das águas de chuva nos processos de lavra e reabilitação ambiental nas áreas mineradas.
“No período chuvoso, quando esses processos ocorrem, demandam soluções sustentáveis, adaptadas ao desenvolvimento da mineração que é: pontual, desenvolvida num curto espaço de tempo nas propriedades rurais; superficial, não chegando a formar cavas; e progressiva, que permite a volta da cobertura vegetal, possibilitando a retomada plena da atividade das propriedades rurais”, explica.
O gerente das Unidades de Mineração da CBA na Zona da Mata Mineira, Christian Fonseca de Andrade, ressalta que a Companhia se preocupa constantemente em realizar o desenvolvimento tecnológico com foco na melhoria contínua de seus processos de conservação hídrica, sendo esta uma das três linhas de pesquisas continuadas em parceria com a UFV.
“Esse estudo contribuirá com o conhecimento da dinâmica da água e a sua relação com os processos de mineração e reabilitação ambiental executados pela CBA, dando visibilidade para os impactos positivos da mineração na Zona da Mata Mineira, além de fomentar novas oportunidades para a contínua evolução das nossas práticas sustentáveis”.
Sobre LHF/UFV
Inaugurado em dezembro de 2009, o Laboratório de Hidrologia Florestal (LHF) está vinculado ao Departamento de Engenharia Florestal. Localizado no setor de Silvicultura, o LHF abriga diversos projetos de hidrologia florestal e manejo de bacias hidrográficas, que buscam estudar e compreender a água nos diversos ecossistemas. Tem como destaque a recuperação, preservação e conservação das nascentes.