Com intuito de obter informações mais detalhadas sobre as oportunidades minerais da Bahia, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) iniciou, este ano, – após ter concluído a cobertura de todo o seu território baiano pelos levantamentos aerogeofísicos regionais – um novo ciclo de levantamentos aerogeofísicos. Mesmo já sendo totalmente coberto pelos métodos magnetométricos e gamaespectrométricos regionais, a empresa deu início a um novo mapeamento com aplicação das mais recentes tecnologias aerogeofísicas, disponíveis no mercado.
O projeto utiliza sistemas aerotransportados eletromagnéticos no domínio do tempo/magnetométricos, em caráter de semidetalhe/detalhe, instalados em helicópteros.
“Estes levantamentos são os mais modernos da atualidade e importantes para a descoberta de novos depósitos minerais, pois coletam vários conjuntos de dados que, certamente, servirão como subsídio para um novo programa de exploração no Estado da Bahia”. (Rafael Avena, Diretor técnico da CBPM)
O novo ciclo de aerolevantamentos será realizado em regiões selecionadas com base no interesse geológico e em áreas identificadas a partir dos levantamentos aerogeofísicos regionais. Inicialmente serão mapeadas a Província Metalogenética do Norte da Bahia – PMNEB, especialmente na região Campo Alegre de Lourdes.
Segundo a CBPM, apesar da Bahia já possuir uma cobertura aerogeofísica regional de alta resolução, este novo trabalho, além de aplicar métodos mais modernos, obtém um detalhamento bastante expressivo para a descoberta de novas áreas mineralizadas.
“Esse levantamento de alta resolução espacial, aliado à evolução dos conhecimentos geológicos atuais, representa um dos melhores investimentos para o desenvolvimento mineral do Estado da Bahia. Sem dúvida, o retorno desses levantamentos no setor mineral será traduzido pelo aumento significativo no número das autorizações de pesquisa”. (Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM)
O presidente ainda ressalta que, os resultados a serem atingidos permitirão ampliar significativamente a participação do setor mineral na economia baiana, levando progresso para regiões onde outros segmentos da indústria, por certo, teriam grande dificuldade para implantação. Atualmente a Bahia tem apresentado um número significativo de requerimentos de pesquisa, após a finalização de cada aerolevantamento efetuado e disponibilizado pela CBPM.
Província Metalogenética do Norte da Bahia (PMNEB)
A primeira área a fazer parte do novo levantamento aerogeofísico, PMNEB está localizada no extremo norte da Bahia, em zona, principalmente, sobre a influência das faixas marginais de Rio Preto e do Riacho do Pontal, que fazem parte da borda norte do Cráton do São Francisco, sendo detentora de importantes depósitos minerais, destacando-se os grande depósito de Fe-Ti-V associado ao Complexo mafico-ultramafico de Campo Alegre de Lourdes, o expressivo depósito de rochas fosfáticas associadas ao Complexo Carbonatítico de Angicos Dias e o depósito magmático de sulfetos de Ni-Cu denominado Caboclo dos Mangueiros.
Para a região de Campo Alegre de Lourdes está previsto o recobrimento de 902,205km2, perfazendo um total de 4.781,60 quilômetros lineares de linhas de voo, utilizando um multisistema aerogeofísico, configurado pelos métodos eletromagnético e magnético. O espaçamento entre as linhas de voo e de produção serão de 200 metros e 2.000 metros, respectivamentes, a altura de voo será de 72 metros e a altura das bobinas do transmissor e do receptor eletromagnético e do magnetômetro deverão situar-se no máximo a 35 metros do terreno.
Liderança nos investimentos em pesquisa
O novo ciclo de levantamentos aerogeofísicos é mais um investimento em pesquisa realizado pela Bahia, sendo essencial para a descoberta de novas reservas geológicas. Nos anos de 2019 e 2020, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), a Bahia foi o estado que mais investiu em pesquisa mineral. Somando os investimentos públicos e privados, mais de R$600 milhões foram investidos tanto durante a fase de autorização de pesquisa, quanto durante a fase de lavra. Ao longo dos últimos dez anos – de 2010 a 2020 – o montante foi de mais de 1,8 bilhão de investimento em pesquisa mineral, o que reflete o resultado que a mineração baiana vem alcançando nos últimos anos.