Por Leandro Faria*
A demanda global do alumínio manteve trajetória de crescimento neste ano, levando à redução dos níveis de estoques e ao aumento do déficit no mercado. No Brasil, o consumo seguiu a tendência global, com crescimento na maioria dos segmentos. Os fundamentos de mercado mais favoráveis resultaram em aumento de 46% do preço de alumínio na LME (London Metal Exchange), que passou de uma média de US$ 1.633/t, nos primeiros 9 meses de 2020, para US$ 2.384/t, comparado ao mesmo período de 2021.
Esse cenário influenciou no aumento de 56% na receita líquida consolidada da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, atingindo R$ 6,0 bilhões nos primeiros nove meses de 2021, em relação a R$ 3,8 bilhões no mesmo período de 2020, sendo a receita do negócio de alumínio de R$ 5,7 bilhões versus R$ 3,5 bilhões nos períodos comparados.
O ano também foi marcado pela disciplina financeira da Companhia, que atingiu a alavancagem de 1,90x em 30 de setembro de 2021, principalmente devido à captação de recursos do IPO. Para melhorar a liquidez, a CBA contratou uma linha verde de crédito rotativo, atrelada à implantação das metas de longo prazo para emissões de CO2. Isso atesta nosso compromisso com a Agenda ESG, cuja estratégia prevê reduzir em 40% as emissões até 2030 (na média dos produtos fundidos, desde a mineração), tendo como ano base 2019.
Colocamos em prática planos para crescimento orgânico e potenciais fusões e aquisições. Em agosto, concluímos a aquisição dos ativos de autoprodução de energia eólica Ventos de Santo Anselmo e Ventos de Santo Isidoro, com 171,6 MW de capacidade instalada, equivalentes a 74,4 MW médios de energia assegurada, com início de fornecimento previsto para 2023 para as fábricas de Itapissuma (PE) e Alumínio (SP), o que assegura a diversificação de nossa matriz de energia renovável.
Em outubro, anunciamos a criação de uma unidade de negócio para gerir os ativos de energia. A partir de 2022, a operação das 21 usinas hidrelétricas, até então gerenciadas pela Votorantim Energia, passam a ser administradas pela CBA.
Em novembro, divulgamos acordo para aquisição de 80% do capital social da Alux do Brasil, um dos principais fornecedores de ligas secundárias de alumínio do país, novo segmento para nossos negócios e que deve ampliar a capacidade produtiva de alumínio.
Também em 2021 tivemos o alumínio sustentável representado na COP-26, quando apresentamos, a partir de uma seleção do Ministério do Meio Ambiente, o case de implementação de uma caldeira à biomassa em nossa Refinaria de Alumina, responsável pela redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa por tonelada de óxido de alumínio nessa etapa produtiva. Assinamos, ainda, uma carta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), pedindo protagonismo do Brasil nas negociações do clima e nos mantivemos signatários do Pacto Global e do Science Based Targets, acordo global pelo combate às mudanças climáticas.
No aspecto social, evoluímos em iniciativas pautadas nos pilares de desenvolvimento da educação, dinamismo econômico e apoio à gestão pública – neste ano com destaque para a saúde. Com uma Política de Diversidade, Equidade & Inclusão estabelecida, estruturamos Grupos de Afinidades compostos por empregados e empregadas sobre Equidade Racial, Equidade de Gênero, Pessoas com Deficiência e LGBTQIA+, fomentando ações por um ambiente mais justo, igualitário e inclusivo. Em parceria com o SENAI, capacitamos mulheres em Alumínio para ingresso na indústria e estendemos a oportunidade também aos municípios de Miraí (MG) e Itapissuma.
Os movimentos realizados estão alinhados à nossa estratégia de longo prazo de ampliar a capacidade de alumínio reciclado e ao nosso compromisso de produzir alumínio com emissão de carbono cada vez menor. A CBA já possui uma das menores emissões de CO2 da indústria, posicionada no 1º quartil da curva de emissões. Para 2022, seguimos dedicados à Agenda ESG, disponível na íntegra na plataforma https://esg.cba.com.br/.
*Gerente geral de Sustentabilidade da CBA
Foto: CBA/Divulgação