Apesar de existir um esforço enorme e referendado por pesquisas e dados, a contribuição da mineração para a sustentabilidade não é percebida pelo público. Esse foi o principal ponto levantado pelos painelistas que trataram sobre sustentabilidade, desafios e estratégias na manhã do segundo dia da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM) 2021. Além da preservação de áreas próximas à mineração, também foi ressaltado a importância da atividade minerária para o desenvolvimento socioeconômico da sociedade.
Para saber mais sobre o que foi debatido neste painel assista à gravação no ambiente virtual da EXPOSIBRAM. É só fazer a inscrição gratuita.
O Quadrilátero Ferrífero – região situada em Minas Gerais responsável pela maior parcela da produção de ferro no Brasil – é um exemplo de mineração consciente e sustentável. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe Nogueira, mais de um terço da área total preservada dentro do Quadrilátero Ferrífero é mantida pela mineração.
Falha de comunicação no setor
“Isso não é percebido pela sociedade, o que é uma falha de comunicação”, lamentou. Além disso, Nogueira cita o desenvolvimento socioeconômico de Belo Horizonte, que além de ser uma das maiores metrópoles do Brasil, tem seu abastecimento proveniente de bacias localizadas nas áreas de preservação garantidas pelas mineradoras na região.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Sandro Mabel, o problema também está situado na imagem. O setor, segundo ele, é “taxado, em geral, como o que faz estragos na natureza. É preciso mostrar o que é feito pelas comunidades, pela geração de emprego e redução de impactos ambientais”, diz.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e CEO da Largo Resources, Paulo Misk, lembrou da importância da mineração no desenvolvimento de cidades na Bahia. “A gente gera muito emprego e muita renda ocupando uma área pequena. Um número de riqueza muito maior do que outros setores”, completou.
Misk argumentou ainda que o papel da mineração na sustentabilidade vai além de preservar áreas, ao gerar matérias-primas para a elaboração de produtos sustentáveis, por exemplo, na criação de baterias para carros elétricos, que são menos poluentes. “A mineração contribui para termos um planeta mais sustentável. Essa é a grande verdade da mineração”, ressaltou.
Burocratização e insegurança jurídica
Outro espectro do tema debatido com vigor pelos painelistas foi a questão da burocratização. Diante da falta de agilidade nos processos e na instalação de projetos de produção mineral, o setor se vê prejudicado, sem segurança jurídica, e dificuldade para a atração de mais investimentos. “Queremos estimular os investimentos nesse setor e para isso precisa haver plena segurança jurídica”, disse. “É necessário desburocratizar o setor”, completou Sandro Mabel.
Segundo o vice-presidente executivo da Federação das Indústrias do Estado do Pará, José Maria da Costa Mendonça, os projetos de extração no Norte do país têm sido verdadeiramente prejudicados pela burocratização. De acordo com ele, projetos como a exploração de ouro na região de Volta Grande do Xingu, no Pará, já deveriam estar funcionando. “Nós temos um número enorme de projetos paralisados por insegurança jurídicas”, explicou.