CAMINHOS CONSTRUTIVOS EM PROJETOS DE MINERAÇÃO

A engenharia mineral no Brasil tem avançado na adoção de métodos e sistemas construtivos para emprego em novas estruturas civis ou para o monitoramento e manutenção das já existentes; na atualização de tecnologias mais eficientes e sustentáveis em sua cadeia produtiva – passando por processos, equipamentos, máquinas, instrumentação e integração de informações; e na busca de soluções que assegurem o uso mais racional de recursos naturais como a energia, a água e o próprio minério.

A Samarco, por exemplo, poucos meses após a retomada de suas operações, em dezembro de 2020, coloca em pleno funcionamento seu novo sistema de tratamento e reuso de efluentes industriais na bacia de polpa do Complexo Industrial de Ponta de Ubu, em Anchieta, Espírito Santo. Em destaque no processo que permitirá a recuperação de ultrafinos de minério de ferro e a maior recirculação de água para reuso, está uma draga equipada com sistema elétrico e escarificador helicoidal.

Na Mineração Caraíba, a planta piloto de Ore Sorting, desenvolvida no final de 2019 e comissionada em fevereiro de 2020, já passou por testes com mais de 35 mil toneladas de diversas fontes de minério de cobre. Concluída essa etapa e com análises operacionais e financeiras positivas, a empresa buscará agora a implantação da tecnologia de classificação e separação entre as partículas de rocha que contêm metal das que não contêm em escala industrial.

Na Mina Cuiabá, da AngloGold Ashanti, em Sabará (MG), foi finalizada em 15 de abril passado a instalação de uma parede de ventilação construída com silicato de cálcio. O material já é empregado em países da Europa e na Austrália para a construção de paredes de ventilação em minas subterrâneas. Mas no Brasil é inédito e comprovou ganhos ambientais, de segurança, custos, tempo e produtividade além de resistência e durabilidade similares ao método construtivo tradicional que emprega alvenaria.

No Projeto Mara Rosa, da Amarillo Gold, que implantará a Mina de Posse no norte de Goiás a partir de abril de 2022, a engenharia detalhada decidiu pela aquisição da primeira estação modular de britagem FIT a operar no Brasil, dado seu lançamento recente pela fabricante do equipamento, em 2020. Outra tecnologia incorporada à futura planta de beneficiamento é o sistema de filtragem e empilhamento a seco de rejeitos, abolindo o uso de barragens.

Para as mineradoras que ainda não podem dispensar o uso de barragens, a questão é seu monitoramento e manutenção em condições que dependam de acesso físico, comprometido pelos riscos à segurança operacional, ou de inspeções aéreas, por seu elevado custo. A solução proposta pelo engenheiro industrial e mecânico Leandro Batista, é o “sistema de linha de vida”, empregando hastes fixas ou ancoragens interligadas através de um cabo de aço tensionado.

Já para projetos em fase de concepção e definição ou de geração de desenhos executivos principalmente, ainda que possa ser empregado, com menor grau de interferência, durante sua implementação ou para otimização de operações já em curso, a consultoria Ausenco tem adotado o Cost Effective Design. O conceito se baseia em arranjos enxutos dimensionados para atender à exata capacidade produtiva esperada para a futura instalação, sem excessos e com ganhos de CAPEX e OPEX.

SISTEMA DE “LINHA DE VIDA” PARA BARRAGENS

TECNOLOGIA ORE SORTING NA MINERAÇÃO CARAÍBA

O CONCEITO DE EFETIVIDADE NA MINERAÇÃO

BRITAGEM MODULAR E DRY SRACKING NA MINA DE POSSE

ANGLOGOLD ASHANTI ADOTA PROJETO INÉDITO EM PAREDES DE VENTILAÇÃO

SAMARCO INOVA EM DRAGAGEM DE BACIA DE POLPA

 

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