Por Diego Pereira Lawinscky da Silva*
O princípio básico do equipamento de classificação de minério Ore Sorting é identificar o metal de interesse em cada partícula de rocha e depois separá-la mecanicamente das outras partículas que não contêm o metal de valor. As partículas passam através do sensor (que pode apresentar diferentes tecnologias e até uma combinação delas), que envia um sinal para um processador, que decide se a partícula contém o metal de valor e se esse metal está presente em quantidades economicamente viáveis. Essa decisão é transmitida ao mecanismo de segregação, que toma a ação para formar duas classes de partículas: uma que contém o metal de valor e outra que não contém.
Não se pode esquecer de mencionar que é possível concentrar determinado bem mineral de um minério pela separação manual, método mais antigo de concentração, onde os minerais de interesse são separados do restante, ou os contaminantes são resgatados para purificar o minério. Segundo Stone (1980, p261) “um dos mais simples métodos de concentração mineral é a colheita manual, onde é separado o minério ou o estéril”.
O Ore Sorter RADOS XRF utiliza tecnologia de fluorescência de raios-X para classificar o minério, medindo simultaneamente a concentração de até quatro metais na camada superficial de cada partícula. Uma matriz desses elementos (incluindo quantidades e/ou proporções reais) é então utilizado em comparação com um teor de corte predefinido para determinar se cada partícula individual se reporta ao descarte ou concentrado.
A Pré-concentração de minérios proporciona diversos ganhos como:
- Teores maiores processados na Planta;
- Diminuição da massa de alimentação da Planta;
- Redução de insumos no beneficiamento;
- Processamento de minérios/depósitos marginais e residuais.
- Diminuir custos com transporte para a mesma quantidade de metal;
- Redução da diluição;
- Aumento da vida útil da mina, conforme a diluição é reduzida.
A aplicação da tecnologia na MCSA foi iniciada no final de 2019 e comissionada em fevereiro de 2020. A partir dessa data, foram então, realizados testes com mais de 35 mil toneladas de diversas fontes de minério, com o objetivo de entender o comportamento de cada uma delas com a aplicação da tecnologia, obtendo-se as curvas de Upgrade Ratio e de Recuperação de %Cu. Esses resultados estão relacionados com o contraste de cada corpo mineral, isto é, a variabilidade de massa e teor presente no minério que será enviado à Planta de Beneficiamento.
Uma vez obtidas as curvas, é realizada a análise de viabilidade de cada fonte de minério e seu impacto na produção global da empresa.
“Os testes realizados confirmaram a eficiência do equipamento em remover o material abaixo dos teores selecionados. As análises financeiras e a estratégia da empresa determinarão as fontes onde uma possível planta de Ore Sorting em escala industrial poderá ser implantada”.
*Diego Pereira Lawinscky da Silva é gerente de Projetos da Mineração Caraíba S/A. Iniciou sua carreira como especialista em equipamentos na indústria química/petroquímica, seguiu para a área de projetos atuando em indústrias de cimento, siderúrgica e metalmecânica até chegar à indústria mineral. Na MCSA desde 2012, onde iniciou como engenheiro na área de Projetos e Melhoria, passou a consultor e, em seguida, a gerente de Projetos, trabalhando sempre com elaboração, gestão e fiscalização de projetos e do portfólio. Atualmente, é responsável pela implantação e gestão do PMO. Diego Lawinscky é graduado em Engenharia Mecatrônica pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), pós-graduado em Projetos Elétricos Industriais e cursou MBA em gestão de projetos na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Foto no destaque: Planta piloto Ore Sorting da MCSA (MCSA/Divulgação)