A revitalização do Museu de Ciências da Terra (MCTer), que é um dos maiores em termos de acervo na América Latina, deve ser consolidada com o apoio de instituições importantes do setor mineral, energético e de óleo e gás. Após a garantia de recursos por meio da parceria com a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Museu vê agora uma nova perspectiva de incentivo à obra.
Em reunião realizada quarta-feira (07) no Rio de Janeiro, diretores do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), que administra o MCTer, apresentaram o conceito e as diretrizes do projeto executivo que está em elaboração para a revitalização aos representantes da Vale, maior mineradora nacional e uma das maiores empresas do mundo com operação em diversos países.
Após a apresentação, a avaliação foi positiva: os representantes reconheceram a grandiosidade do projeto e incentivaram que outras empresas também façam parte da revitalização, sinalizando uma possível parceria para a execução.
A proposta de mobilização para que outras instituições façam adesão e colaborem com a recuperação da estrutura do Museu de Ciências da Terra partiu do vice-presidente Executivo de Relações Institucionais e Comunicação, Luiz Eduardo Osorio. O representante da Vale participou da reunião acompanhado dos gerentes Gustavo Biscassi e Flávia Constant, que respondem pelas relações institucionais, investimento social, cultura e pesquisa. Conheceram as dependências do museu, o salão mineral e rochas, e percorreram a área que dá acesso ao espaço que está em ruínas desde o incêndio registrado em 1973. Este local, conforme o projeto, deverá receber atenção especial na revitalização.
“A Vale entende a sua responsabilidade e age também como uma agência de desenvolvimento territorial no nosso país não somente no contexto econômico, como também cultural. Museus como este têm uma importância que vai além do ponto de vista de conteúdo em virtude do acervo. Há um valor arquitetônico em virtude da beleza do prédio histórico. Incentivar projetos assim nos faz contribuir com a retomada do setor cultural do país. Viemos aqui pela qualidade do trabalho, o projeto executivo está realmente excelente e aproveito para convidar outras empresas dos setores mineral e de óleo e gás a conhecerem e participarem da revitalização do Museu de Ciências da Terra”, disse o vice-presidente da Vale.
Diretor-presidente do SGB/CPRM, Esteves Colnago destacou que a busca por parcerias para o projeto é algo que tem mobilizado a diretoria da instituição, reforçando a importância do envolvimento de instituições como a Vale para a consolidação. “A parceria com outras entidades e empresas é muito importante. Estamos falando da geologia brasileira em toda a sua amplitude no que diz respeito a minerais, a óleo e gás, a recursos hídricos, a conhecimento de biomas e sustentabilidade no uso de recursos, inclusive de desenvolvimento agrícola. A Vale, que é uma empresa de alta relevância para o país, se aproxima deste projeto e temos boas expectativas que possa colaborar conosco na busca de fazer desse Museu um centro de referência para o Brasil e para o mundo”, comentou Colnago.
As parcerias que estão sendo vislumbradas se tornam possíveis pelo fato de, agora, o MCTer estar devidamente cadastrado na Receita Federal. O Museu ganhou CNPJ no dia 11 de junho, o que traz possibilidades de investimentos por meio de parcerias público-privadas para projetos e ações, como é o caso da revitalização. Na avaliação do diretor Paulo Romano, que é gestor da área responsável pelo MCTer, a visita da Vale é considerada um marco no processo de restauração no prédio histórico e para a estruturação de museu em nova dimensão científico-cultural.
“A visita do vice-presidente Osório e sua equipe de gerentes da área de cultura e representação institucional foi um marco nesta fase em que nós estamos fortalecidos pela nova condição do museu, eu diria pela maioridade institucional e legal, na medida em que há menos de um mês obteve o seu CNPJ. Assim como a Petrobras deu uma alavancagem financiando a elaboração dos projetos executivos, incluindo o de restauração do Museu, a maior empresa de mineração do país vem para iniciar uma integração conosco na perspectiva de ser protagonista nesse projeto de revitalização essencial para Brasil”, enfatizou Romano.
Durante a reunião, os representantes da Vale conheceram os objetivos do projeto de revitalização. A apresentação foi feita pelo geólogo Noevaldo Teixeira, chefe do Centro de Geociências Aplicadas do SGB/CPRM. Segundo destacou o geólogo, o prédio histórico onde funciona o Museu já abrigou o Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio e foi em uma de suas salas que exploracionistas locaram o primeiro furo positivo para petróleo no Brasil, no recôncavo baiano, em 1939.
A agenda no Rio de Janeiro foi acompanhada também pelos diretores do SGB/CPRM Marcio Remédio (Geologia e Recursos Minerais) e Alice Castilho (Hidrologia e Gestão Territorial), pela museóloga do MCTer, Célia Corsino, o conselheiro Fernando Lins e pela atual secretária de Geologia do Ministério de Minas e Energia, Lília Sant’agostino, que é também membro do Conselho de Administração.