A frota de navios a serviço da Vale receberá o primeiro mineraleiro de grande porte do mundo equipado com sistema de velas rotativas (rotor sails). O VLOC (VeryLarge Ore Carrier) é um Guaibamax, de 325 mil t de capacidade. São cinco velas instaladas ao longo da embarcação que permitirão um ganho de eficiência de até 8% e uma consequente redução de até 3,4 mil t de CO2 equivalente por navio por ano.
Caso o projeto pilotos se mostre eficiente, poderá ser empregado em cerca de 40% da frota, possibilitando a redução de quase 1,5% das emissões anuais do transporte marítimo de minério de ferro da Vale.
As velas rotativas são rotores cilíndricos, com quatro m de diâmetro e 24 m de altura.Durante a operação, os rotores giram em diferentes velocidades para criar uma diferença de pressão de forma a mover o navio para a frente, produzindo o chamado efeito Magnus.
A tecnologia, fornecida pela finlandesa Norsepower foi instalada em um dos mineraleiros do armador coreano PanOcean, que estão a serviço da Vale. A empresa Shanghai Shipand Design ResearchInstitute (SDARI) foi responsável pelo design e integração da vela com a embarcação. O estaleiro chinês New Times Shipbuilding construiu o navio já adaptado para receber as velas, que foram instaladas em outro estaleiro, o Pax Ocean Engineering Zhoushan, também na China.O projeto foi liderado pela Vale.
A operação do mineraleiro com velas rotativas faz parte do Ecoshipping, programa criado pela área de navegação da Vale para reduzir suas emissões de carbono. Em 2020, a companhia anunciou um investimento de cerca de US$ 2 bilhões para reduzir em 33% suas emissões de escopos 1 e 2, até 2030. Anunciou ainda que irá reduzir em 15% as emissões de escopo 3 até 2035, onde se enquadram as emissões de navegação, já que os navios não são próprios. As metas são alinhadas com a ambição do Acordo de Paris.