A Hydro assinou um convênio de dois anos com a Universidade de São Paulo (USP) para pesquisa do uso do resíduo de bauxita, proveniente da sua mineração, na construção civil, mais especificamente no setor de componentes cimentícios.
A pesquisa focará, inicialmente, no uso desse resíduo na produção de pisos cimentícios que se mostrem vantajosos do ponto de vista ambiental e ao longo de seu ciclo de vida. Outros usos de interesse para o setor de construção também serão identificados, sendo desenvolvidos ao longo do projeto.
O trabalho será conduzido pelo Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP e a proposta é que colabore para que sejam avaliadas possibilidades de uso sustentável do resíduo. A Hydro está investindo R$ 2,2 milhões neste projeto de P&D.
Alternativas de uso mais sustentáveis
“Temos investido fortemente na busca por alternativas de uso mais sustentáveis para o resíduo de bauxita. A parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo vem reforçar nosso alcance e portfólio em pesquisa e desenvolvimento. Este grupo de pesquisadores é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos com este tipo de resíduo e pelo desenvolvimento de produtos cimentícios ecoeficientes” afirma Marcelo Montini, consultor sênior químico da área de tecnologia da Hydro e coordenador do convênio.
Segundo o professor Rafael G. Pileggi, coordenador do projeto, “O Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência de Materiais (LME) da Escola Politécnica da USP é um dos líderes internacionais em sustentabilidade de materiais cimentícios, tendo grande experiência na utilização de rejeitos de mineração e urbanos como matéria-prima para produção de componentes ecoeficientes em todo o seu ciclo de vida”
Redução da pegada de carbono nas cimenteiras
O convênio priorizará soluções com grande potencial de consumo do resíduo, atendendo às necessidades dos municípios onde a Hydro tem operações, no Pará, que sejam competitivas econômica e ambientalmente e que fomentem a economia local. A introdução destes novos produtos no mercado é também uma oportunidade de geração de novos negócios, emprego e renda, promovendo o desenvolvimento da região. O uso de matérias-primas alternativas como o resíduo da bauxita tem o potencial de reduzir a pegada de carbono e contribuir para a sustentabilidade da indústria do cimento, que hoje é responsável por 10% das emissões de CO2 no mundo.
Além do professor Pileggi, o projeto conta com os pesquisadores sêniores do LME, Roberto César de Oliveira Romano e Markus Samuel Rebmann, e envolve também alunos de pós-graduação, graduação e técnicos. O desenvolvimento dos componentes de construção será baseado em critérios que consideram questões técnicas e de segurança de produção, de disponibilidade dos insumos próximos ao mercado consumidor, de desempenho em uso, durabilidade e análise de ciclo de vida, especialmente em produtos que utilizem resíduos como matéria-prima.
Foto no destaque: Resíduo de bauxita em filtro prensa