De acordo com o Instituto Internacional do Alumínio (IAI), a cada tonelada de alumínio primário produzido são gerados 25 Kg de revestimentos gastos de cuba (RGC), originados na etapa de redução, um dos primeiros processos da produção do metal. As indústrias têm estudado o reaproveitamento do RGC como insumo em outras cadeias produtivas, dentre elas a do cimento.
Na Albras, maior produtora de alumínio primário no Brasil, localizada em Barcarena/PA, esse resíduo já recebe um beneficiamento inicial para ser fornecido às indústrias cimenteiras do país, seguindo todos os requisitos de processo estabelecidos. Este ano, a meta da empresa é ampliar em 50% o coprocessamento do RGC.
Rejeito precisa de tratamento para ser reaproveitado
Após tratamento físico, o RGC se torna um insumo apropriado para ser utilizado na produção do cimento. Hoje, a Albras conta com oito empresas habilitadas para receber o RGC. Em 2020, uma empresa do município de Primavera, no Pará, passou a integrar a lista de cimenteiras habilitadas para receber o RGC.
“O RGC é estocado em galpões controlados e contemplados na licença de operação do empreendimento e, portanto, sujeito às fiscalizações do órgão regulador competente. A iniciativa de fornecê-lo como matéria-prima à produção de cimento atende à demanda ambiental nacional de redução do volume de resíduos.
Nos últimos 5 anos, a Albras vem coprocessando volumes de RGC com uma taxa superior à geração natural, reduzindo com isto o inventário existente, e a meta da empresa de estocar no máximo duas mil toneladas até 2025, até a estabilização para uma relação de 1 para 1 em termos de geração e coprocessamento”, afirma João Batista Menezes, presidente da Albras.
A Albras, que tem como acionistas a Hydro e a NAAC – Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd., está comprometida em liderar o setor para um futuro mais sustentável, criando sociedades mais viáveis ao desenvolver recursos naturais em produtos e soluções de maneiras inovadoras e eficientes para as indústrias mais importantes, como as cimenteiras.
Uso alternativo foi desenvolvido em parceria com a UFPA
Iniciados em 1995, os estudos para o desenvolvimento dessa alternativa de uso do RGC contaram com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA). O fornecimento às indústrias cimenteiras se iniciou em 2003, e já foram coprocessadas cerca de 300 mil toneladas de revestimento da Albras.
O coprocessamento é uma forma de reaproveitamento ambientalmente adequada de resíduos que envolve a substituição parcial de matéria-prima e/ou de combustível nos fornos de produção de clínquer, previsto em um dos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que possui reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho, renda e promotor de cidadania.
Foto: Unidade da Albrás, em Barcarena (PA)
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