Da mecanização total à automação, ainda que parcial, o salto positivo de maior produtividade, custos menores e tomada mais ágil de decisões em minas e plantas de beneficiamento foi inegável. No entanto, o conceito de Indústria 4.0, que tem seu expoente em outros segmentos econômicos, como o automotivo, implica em uma visão integrada do conjunto das operações minerais, que embora a caminho, ainda não deve se consumar num horizonte próximo.
Passos promissores nessa direção já foram ou estão sendo dados. Como a instalação de redes de conectividade que permitem a operação autônoma ou remota e a manutenção preditiva de alguns equipamentos móveis de lavra e transporte. Ou de plataformas para sensoriamento, tratamento e retroalimentação de dados da planta em tempo real, com seu armazenamento em nuvem. Assim como, a implantação de centros de controle integrado que encadeiam processos de mina, usina e logística em linha com a matriz das empresas.
Reflexo qualitativo em várias áreas
Embora não fosse seu foco prioritário, as novas tecnologias acabam refletindo de forma qualitativa em outras áreas, como a de segurança, ao reduzir o tráfego humano nas minas e de caminhões pesados nas comunidades próximas. E, ainda, no campo da sustentabilidade, onde são exemplos a crescente adoção de processos a seco de beneficiamento mineral e filtragem de rejeitos, com menor consumo de água; redução do consumo ou mesmo substituição de fontes de energia não renováveis por renováveis; e atualização da frota móvel de lavra e transporte para o uso de células de combustível não poluente ou sistemas elétricos. Para as barragens de rejeitos que não possam ser desativadas ou suprimidas, o monitoramento digital torna-se inevitável.
Neste Especial, publicado na edição 86 da Revista In The Mine, consultorias como a Accenture, Pöyry, Progen e Promon contextualizam esse ambiente digital, indicam seus novos paradigmas e tendências de inovação e avaliam como a mineração brasileira se prepara para a condição de Indústria 4.0. Do lado das mineradoras, Aldo Souza, diretor Técnico, de Projetos e Sustentabilidade da Anglo American no Brasil, relata como o conceito tem sido tratado global e localmente pelo grupo, que tem mudado suas tecnologias de processamento mineral para chegar a um processo produtivo integrado, altamente conectado e com tomada de decisão automatizada nas pontas.
Foto em destaque: Complexo Minero-Metalúrgico de Serra do Salitre, da Yara, um dos projetos do portfólio da Promon
Confira nos links abaixo a visão de consultores e do diretor técnico de Projetos e Sustentabilidade da Anglo American:
REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA COM A INDÚSTRIA 4.0
ESTRATÉGIA PARA UM MUNDO DIGITALIZADO
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS INTELIGENTES
PROJETOS PILOTO PARA GARANTIR CONFIABILIDADE
ABORDAGEM DINÂMICA: PESSOAS E TECNOLOGIA