Especializada na prestação de serviços de construção pesada e mineração, a Fagundes foi fundada em 1985, tendo e sua matriz localizada na cidade de Portão (RS), com filiais em Butiá (RS), Catalão (GO) e Araxá (MG). Atualmente possui mais de 1.600 equipamentos e 4 mil colaboradores, distribuídos em 14 minas e 8 barragens no país.

Há cerca de um mês, a empresa está operando o primeiro caminhão movido a GNV (Gás Natural Veicular) da mineração brasileira na mina Várzea do Lopes, da Gerdau, em Itabirito (MG). O modelo G 410 6×4, fabricado pela Scania, é empregado no transporte de minério, percorrendo uma DMT (Distância Média de Transporte) de 2,5 km, com carga aproximada de 28 t.

Por sua configuração, pode ser aplicado também no transporte de estéril. Seu carregamento é feito por escavadeiras hidráulicas com peso operacional de até 70t, durante dois turnos de trabalho, com média de 15 viagens por turno.

Parcerias no desenvolvimento tecnológico

Luís Henrique Lamb, gerente de Equipamentos da Fagundes, diz que a opção pelo caminhão a GNV segue em linha com a trajetória da empresa, que busca investir em novas tecnologias e no desenvolvimento de produtos, visando operações com maior sustentabilidade, aumento de produtividade e otimização de recursos.

“Com esse foco, temos parcerias com diversos fornecedores. Na mais recente delas, entre 2019 e 2020, participamos do desenvolvimento de um equipamento da Caterpillar, que deverá ser lançado em 2021. Também atuamos no processo de tropicalização de escavadeiras Volvo, na melhoria de componentes para o caminhão Mercedes Benz Actros 4844 e em testes de diversos protótipos de equipamentos”, detalha Lamb.

Referindo-se ao caminhão Scania movido a GNV, ele acredita que a adoção de veículos menos poluentes é uma tendência que deve se consolidar em operações onde o combustível alternativo esteja disponível.

No caso da mina Várzea do Lopes, a Gerdau investiu em um posto de abastecimento de GNV. O caminhão tem um consumo médio de 1,5 m³/km, contra cerca de 10 l/h dos modelos convencionais e é equipado com 8 cilindros de 95 l cada, possuindo 190 m³ de capacidade de armazenamento.

Expectativa de economia no consumo

“Trata-se de um equipamento muito seguro, projetado e montado pela própria fábrica da Scania, respeitando todas a normas e homologações. Como os dados de que dispomos são preliminares, ainda não podemos precisar qual será a economia de consumo em comparação aos modelos movidos a diesel. Mas a projeção é que haja redução, com reflexos nos custos de operação do novo G 410”, diz Lamb.

Ele acrescenta que o caminhão Scania passará por novas etapas de testes de campo para mensuração de seus índices de produtividade, considerando fatores como eficiência, desempenho e disponibilidade operacionais.

“O comissionamento de um produto inédito necessita de uma série de cuidados para podermos mensurar os seus parâmetros e nos adequar às suas características operacionais. Inicialmente, o G 410 foi alocado em condições operacionais brandas. Nas próximas etapas de testes avaliaremos seus limites de trabalho. Ainda assim, nossa primeira impressão é que o projeto já tem um nível de maturação muito elevado, o que nos deixa muito esperançosos com os resultados”, considera Lamb.

A Fagundes é responsável pela operação integral da mina Várzea do Lopes, incluindo serviços de perfuração, desmonte de rocha e infraestrutura. Para tanto, conta com uma frota de perfuratrizes, escavadeiras de 20, 35, 45 e 70 t, uma motoniveladora, tratores de esteiras, pás carregadeiras, retroescavadeiras e caminhões pipa, comboio, munk e prancha. Há 4 anos também realiza o transporte de minério e estéril, com modelos Mercedes Benz Actros 4844, com tração 8×4, e Axor 3344 6×4;

Foto ao alto: Mina Várzea do Lopes, da Gerdau, com frota de caminhões da Fagundes
Divulgação/Fagundes