A busca por uma mineração cada vez mais sustentável é a premissa da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Essa dedicação, que já atravessa décadas, resultou no planejamento de programas ambientais, em produtos fabricados a partir de fontes de energia renováveis. E em inovação tecnológica para evitar ou mitigar impactos da operação nas unidades produtivas, localizadas nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Em Poços de Caldas (MG), onde a CBA está há quase 80 anos, esse trabalho tem sido desenvolvido por meio de diversos projetos. Eles englobam educação ambiental, gestão de resíduos e recuperação de áreas mineradas.
A sustentabilidade é vista como um caminho fundamental pelo gerente da Unidade, Fernando César Fernandes Júnior. “Para a CBA ser sustentável é fazer bom uso do bem mineral para, posteriormente, devolver a área minerada para a natureza e para a comunidade com a mesma qualidade ou até superior. Para atingir esse patamar, temos investido em tecnologias tanto para aproveitar o máximo da bauxita extraída como para reaproveitar os resíduos. A sustentabilidade também está presente no nosso trabalho em entregar aos proprietários das áreas mineradas um solo com condições excelentes para que eles possam dar continuidade às suas atividades agrárias”, explica.
Reabilitação de áreas garante qualidade do solo
A natureza dinâmica da mineração de bauxita faz com que em todos os anos a empresa tenha novas áreas para serem reabilitadas. entre 2014 e 2019, já foram recuperados cerca de 156 hectares, o equivalente à área de 150 estádios de futebol do tamanho do Maracanã. Além de Poços de Caldas, o trabalho de recuperação do solo de áreas mineradas é realizado também nos municípios de Caldas (MG), Águas da Prata (SP) e Divinolândia (SP).
A qualidade das reabilitações em Poços de Caldas é um indicativo de que o trabalho tem sido realizado de maneira adequada. “Os resultados têm sido muito satisfatórios. Observamos que as áreas devolvidas, muitas vezes, apresentam qualidade superior às encontradas antes das atividades de mineração”, explica Júnior.
A Companhia, hoje, opera em áreas de terceiros, mantendo um bom relacionamento com os produtores rurais. Eles escolhem a espécie a ser utilizada. Normalmente, as reabilitações têm sido feitas com pastagens e plantio de eucalipto. No entanto, caso a vegetação anterior à mineração seja nativa, a reabilitação é, necessariamente, feita com espécies nativas.
O produtor rural Luis Fernando Corrêa é um dos exemplos e conta sua experiência com a mineração de bauxita em suas terras. “Depois da mineração, a CBA retornou um solo muito rico, que eu uso para a agropecuária. A pastagem está como era antigamente”, relata.
A empresa já contou com apoio da Universidade Federal de Lavras no monitoramento das áreas. Atualmente, é usada como referência uma metodologia da Universidade Federal de Viçosa, que realiza esse mesmo trabalho nas Unidades da CBA na Zona da Mata mineira.
Processo de reabilitação de áreas mineradas
Esse processo é dividido em etapas. A primeira consiste na reconformação topográfica do terreno após a lavra, com objetivo de suavizar o relevo para tornar a paisagem mais natural. O solo orgânico (a camada mais superficial) que foi retirado e armazenado no início das atividades de extração é devolvido à área com uma quantidade rica de micro-organismos, essenciais para o sucesso da reabilitação.
Depois, é construído um sistema de drenagem com a finalidade de evitar erosões que possam vir a se formar em decorrência das chuvas. Em seguida, é feito o preparo do solo para receber o plantio. Nessa etapa são realizadas a correção das características físicas e químicas do solo, com a aplicação de calcário e fosfato, e a abertura das covas que irão receber as mudas. Após o preparo do solo, o próximo passo é o plantio das mudas, que recebem os devidos tratos culturais, como adubação e combate de formigas.
O processo tem como última fase o acompanhamento e monitoramento das mudas até que atinjam um estágio satisfatório de desenvolvimento. Em média, essa fase é realizada em três anos, mas esse tempo pode variar de acordo com as características de cada local e as espécies plantadas.
Projeto de gestão de Resíduos
Antes, as composteiras manuais da Unidade não comportavam todo o material orgânico gerado. Até que, no final de 2019, foi adotado o método de compostagem em leiras, a partir de um projeto apresentado pela então estagiária da área de Liberação e Reabilitação Ambiental, Ana Flavia Naccarato. “É um método de baixíssimo custo que nos possibilitou tratar 100% dos resíduos orgânicos gerados na Unidade de Poços de Caldas”, comenta Fernando César Fernandes Júnior.
O projeto de gestão de resíduos existe na Unidade há 20 anos, e tem como meta para 2020 reduzir o volume de resíduos que seriam destinados para o aterro sanitário e incinerações. Para isso, grande parte do material que seria descartado é reaproveitado de diversas formas, como por exemplo, em reciclagem, re-refino, compostagem, entre outras.
Outro ponto a ser destacado é a parceria que a CBA mantém com a Cooperativa Ação Reciclar, há dois anos, formada por catadores do município que recebem os materiais recicláveis gerados na Unidade e na Vila Residencial da empresa. “Com essa parceria conseguimos, ao mesmo tempo, contribuir com o meio ambiente, reduzir custos para a CBA e apoiar o desenvolvimento, a manutenção da cooperativa e a geração de emprego e renda aos catadores”, destaca o gerente da Unidade.
Parceria pela sustentabilidade
A outra frente de atuação da CBA é o Programa de Educação Ambiental (PEA), que completará 20 anos em 2021. A iniciativa desenvolve projetos para os públicos internos e externos, como ações educativas voltadas para empregados e seus familiares e comunidades nas áreas de influência da empresa, incluindo os produtores rurais.
Presente nas escolas públicas, o PEA promove cursos de capacitação e de atualização em educação ambiental para os professores, com novas metodologias para trabalhar as relações entre humano e natureza no ambiente escolar.
Além de Poços de Caldas, a iniciativa está presente nos municípios de Caldas (MG) e Divinolândia (SP), além das regiões onde a CBA opera na Zona da Mata mineira. Mais de 128 mil pessoas participaram das atividades do programa.
Assista ao vídeo a seguir para saber um pouco mais: https://youtu.be/x6FqLlf8rB8