IBRAM QUER ATRAIR MÉDIAS MINERADORAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) pretende facilitar o acesso de médias mineradoras ao mercado de capitais. A capitalização, por meio de funding, seria feita no Brasil e em outros países, como Canadá e Austrália. A proposta é buscar a parceria como Ministério de Minas e Energia (MME), entre outras organizações. E listar médias empresas que tenham potencial de crescimento no mercado de capitais internacional.

A proposta surgiu durante seminário online “Mineração: Financiamento e Acesso ao Mercado de Capitais”, dia 29 de setembro, organizado pelo IBRAM e pelo MME. Na ocasião, o presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer, afirmou que a projeção de investimentos no setor aumentou. Passando de US$ 32,5 bilhões para quase US$ 40 bilhões para o período 2020-2024

36 projetos brasileiros buscam US$ 121 milhões no Canadá

Flávio Penido, diretor-presidente do IBRAM, ressaltou que 36 projetos brasileiros buscam US$ 121 milhões na bolsa de valores no Canadá. Ele considera importante estreitar relacionamento com outros países para abrir mais oportunidades de ofertas de capital. “Já estamos em contato também com a embaixada da Austrália para fazer algo semelhante com o mercado de capitais daquele país, um dos líderes em mineração internacional”, afirmou. Somente as duas bolsas de Toronto, a TSX e a TSX Venture Exchange,contam com 3.200 empresas listadas, informou Guillaume Légaré, Head South America da Toronto Stock Exchange.

Luis Mauricio Azevedo, Presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral (ABPM), diz que o grande passo virá quando as empresas começarem a dar lucro para seus acionistas. Inclusive pessoas físicas, quando até a imagem do setor irá mudar para melhor junto à sociedade. Ele também recomendou que o E o caminho, diz ele, é fazer o mesmo que Canadá e Austrália fizeram no passado. Ou seja, financiar as pequenas empresas de pesquisa mineral, as chamadas junior companies, como forma de expandir o conhecimento geológico.

Governo federal apoia iniciativa para ampliar mercado

A Secretária Executiva do MME, Marisete Dadald Pereira, afirmou que é preciso incluir a mineração na captação de recursos financeiros via mercado de capitais. O governo, informou, trabalha para diversificar a matriz mineral – o Brasil explora comercialmente 88 substâncias minerais – e aumentar o número de empresas no mercado. Já o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM/MME), Alexandre Vidigal de Oliveira, garantiu que o governo federal está empenhado em proporcionar um ambiente seguro para os investidores

Atenção com as práticas relacionadas a ESG

Segundo Fernando Ferreira, Estrategista-Chefe e Head do Research da XP Investimentos, as mineradoras brasileiras interessadas em atrair investidores precisam dedicar atenção privilegiada às boas práticas de ESG, ou seja, respeito ao meio ambiente, ao social e a uma governança sólida. Este é, disse, um dos filtros que os investidores utilizam para decidir onde aportar seu dinheiro, com o que concordou Ana Buchaim, diretora da B3.

Segundo Guillaume Légaré, Head South America da Toronto Stock Exchange, o mercado de capitais no Canadá considera também a“qualidade do ativo e os relatórios geológicos técnicos específicos para comprovar as reservas minerais”. Além disso, conta pontos positivos o nível de experiência da equipe de governança e a capacidade de desenvolver projetos com eficiência, relatou.

Inventário de emissões como ativo ambiental

Paulo Castellari, CEO Appian Capital Brazil, exemplificou o caso da mineradora AtlanticNickel, que atua na Bahia. Aquela operação emitiu relatórios seguindo padrões internacionais e mesmo com a pandemia concluiu seu plano de exploração e pode ser candidata a ser listada em bolsas de valores no Brasil e em outros países.

Marco Antonio Fujihara, Expert in Climate Finance, ESG, Sustainable Finance, lembrou que mineradoras interessadas em captar recursos em mercado de capitais precisam gerar indicadores que representem os impactos de suas práticas e que sejam bem compreendidos pelos investidores e gestores de fundos de investimento. Como exemplo, ele citou que o inventário de emissões, um dado quantitativo, pode ser transformado pelas empresas em um dado financeiro e inserido no balanço contábil como ativo ambiental. Isso, segundo ele, dá robustez ao balanço, na avaliação do mercado.

 

 

 

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