Se as mineradoras estão decididas a automatizar e operar remotamente suas operações, não lhes faltarão alternativas em equipamentos de lavra e carregamento para agilizar essa meta. Fabricantes como a Epiroc e a Sandvik e Volvo , têm investido muito em novas tecnologias de automação e conectividade para suas linhas de produtos. Para Paulo Ribeiro, gerente de Negócios Equipamentos Subterrâneos da Epiroc, “o mercado brasileiro de mineração está cada vez mais procurando soluções de tecnologia e automação por questões de segurança, produtividade, custo operacional, localização remota com dificuldade de mão de obra especializada, melhor gerenciamento de ativos e competitividade, entre outras razões”.
Do portfólio da fabricante, já contam com sistemas de automação embarcados as carretas de perfuração para operações a céu aberto e subterrâneas, além das carregadeiras de 7, 14 e 18 t para minas subterrâneas (Tabela 01). A tecnologia para caminhões subterrâneos está em desenvolvimento. “Esses modelos podem ser operados de maneira telerremota, com gerenciamento integral de sua produção e manutenção, através de um sistema de telemetria integrado. Além disso, através de parcerias e aquisição de empresas de tecnologia, contamos hoje com sistemas diagnósticos que possibilitam a integração e o gerenciamento de vários sistemas, como o de despacho, entre outros”, explica Ribeiro.
Atualmente, a Epiroc possui projetos em andamento na AngloGold Ashanti, produtora de ouro, para a automação de equipamentos de perfuração e carregadeira. Além desses, está iniciando a implantação de uma operação telerremota para máquinas desse mesmo tipo na Ferbasa – Companhia de Ferro Ligas da Bahia.
Tanto a coleta e envio dos dados operacionais quanto a emissão de alertas sobre falhas ou problemas no equipamento são realizadas de forma automática pelos sistema de telemetria. Esse acesso on line às informações possibilita o gerenciamento do processo de produção e manutenção de forma muito mais precisa e efetiva, segundo o gerente.
“Temos dados de campo que comprovam um aumento entre 20 e 30% da produtividade de equipamentos de perfuração devido a sua operação ininterrupta – incluindo o período de troca de turno das máquinas com operadores”, afirma Ribeiro. Ele acrescenta, ainda, que também foi confirmada a melhoria da qualidade de perfuração, resultando em maior eficiência no desmonte das galerias e influindo diretamente nos custos com explosivos, manutenção de pistas, contenção de teto, projeção de concreto e batimento de choco, entre outros trabalhos associados ou decorrentes da perfuração. O melhor controle sobre as variáveis dos equipamentos, para Ribeiro, também possibilita a otimização de todo o ciclo produtivo das máquinas, com impactos positivos sobre o planejamento das atividades e os recursos utilizados.
Os maiores desafios para a adoção plena dessas tecnologias no Brasil ainda são a infraestrutura das minas, que nem sempre contam com acesso a uma rede Wi-Fi. Mas também é preciso que a mineradora mude seus conceitos e procedimentos, desde o planejamento das atividades, passando pela operação e chegando à manutenção da frota. “O usuário deve ser capaz de se adaptar às novas realidades e o processo de automação deve sempre envolver todos os níveis da empresa”, conclui Ribeiro.
Tabela 01 – Modelos Epiroc com Sistemas de Automação Embarcados
Equipamento | Modelo |
Carregadeira | Scooptram ST7/ST7 LP (7 t); ST14 (14 t) e ST18 (18 t) |
Perfuratrizes (Subterrâneas) | Boomer XE WE, E, L; S1/S1 L/S2; M/M1 L/M2; T1; 281/282; XL3 D e E2 |
Simba S7, M4/6; E7/6-W; 1254 e 1354 | |
Perfuratrizes (A Céu Aberto) |
Air Roc D40/50/T25/T35 |
FlexiRoc D50/55/60/65; T15 R/20 R/T30 R/T35 R; T40/40 R/45 | |
PowerRoc D45/55; T25 DC/25G/25 E/30 E/35/35 E/45/50 | |
SmartRoc C50/CL; D50/55/60/65; T35/40/45 |
Fonte: Epiroc