Por Ricardo Gonçalves,
Goiás
O Governo de Goiás deseja retomar sua atuação de fomentador técnico e financeiro, especialmente para as pequenas e médias empresas de mineração, sem deixar de acompanhar investimentos de grande porte, como os da Votorantim Metais na área de níquel. Segundo o Gabinete de Gestão da Mineração da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC) do estado, além do níquel, há projetos para extração e beneficiamento de ouro – alguns com entrada em operação ainda este ano – e, também, de fosfato, em estágio inicial de desenvolvimento das jazidas. No caso do ouro, a Divisão de Desenvolvimento da Mineração da Superintendência do DNPM GO/DF, cita quatro projetos de produção de concentrado de cobre com ouro contido em implementação ela Yamana, totalizando investimentos de R$ 600 milhões e gerando cerca de mil empregos diretos. O de Pilar de Goiás, onde mais de metade dos recursos (R$ 320 milhões) será aplicado, foi iniciado este ano e consiste da abertura de uma mina subterrânea de ouro com início da produção previsto para 2013.
Outro destaque é a Anglo American, que níquel contido em ferro-níquel no Projeto Barro Alto. Com investimentos de R$ 1,9 bilhão, o objetivo é produzir 40 mtpa entre 2012 e 2015, aumentando em 50% o volume de produção da empresa no período. Há também diversos trabalhos de prospecção de manganês em Colinas, Cavalcante e Niquelândia, e de rocha fosfática no norte do estado, que poderá se transformar em um pólo industrial de fertilizantes.
Mato Grosso
Um dos grandes projetos do estado, conta Jocy Gonçalo de Miranda, superintendente do DNPM MT, é o da Mineração Caraíba, em Nova Xavantina, que possui reservas cubadas de cerca de14 t/au, com teor de 13 g/to, e começa a operar em dezembro de 2011, produzindo 1,3 tpa de ouro. Nas regiões do norte e oeste também há perspectivas de novas unidades produtoras de ouro. Miranda cita, ainda, duas outras substâncias minerais em evidência: o calcário, matéria-prima do cimento que será fabricado na nova planta da Votorantim Cimentos em Cuiabá, a partir de 2012, e os recursos de fostato, cujas dimensões e teores encontram-se em fase de avaliação e quantificação. Há novos projetos de mineração em perspectiva como, por exemplo, o projeto ferro e manganês nos municípios de Juina e Juara. A revelação foi anunciada durante o lançamento dos Projetos NW/NE, mapeamento geológico das Folhas do Rio Guariba, Rio Aripuanã, Porto dos Gaúchos, Comandante Fontoura e São José do Xingu e do Fosfato de Mato Grosso, Áreas Araras, Serra do Caeté e Planalto da Serra, no Palácio Paiaguás, no último dia 10 de outubro. De acordo com Joaquim Moreno, Superintendente de Minas, e José Juarez, Assessor Especial, da Sicme Secretária de Indústria,Comércio, Minas e Energia, em relação à infraestrutura o foco governamental (através do PAC II) é a energia e o transporte . Além disso, diz Joaquim Moreno, o Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal através do DNPM, está desenvolvendo mapeamentos geológicos para a confecção do mapa da geodiversidade do Estado. Para José Lacerda, Secretário-Chefe da Casa Civil do Governo de MT, a alta do preço do ouro nos mercados nacional e internacional motivou a retomada mais intensa da exploração do minério. “Houve, então, por parte do governo estadual, a preocupação de agir para a regularização desse setor econômico, em relação aos minérios garimpáveis e àqueles destinados à área de construção”, explica Lacerda. Segundo ele, mediante as devidas autorizações do DNPM e a assinatura de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com órgãos estaduais, foram liberadas 262 áreas para exploração mineral por cooperativas de garimpeiros.
Mato Grosso do Sul
O estado ainda depende das minas de ferro e manganês localizadas em Corumbá e Ladário, afirma Antonio Claudio Barsotti, Superintendente do DNPM/MS. Em 2010, a produção de minério de ferro foi de cerca de 10 Mtpa, com projeções de aumento para este ano. Também aquecida, a produção de calcário e agregados para construção civil cresceu 30% em 2011 em relação a 2010. Tanto que após uma década de desativação de empresas do setor no estado, uma planta de cal será inaugurada ainda este ano, em Bela Vista, produzindo cerca de 100 t/h de cal virgem para usinas de álcool. De sua parte, o governo do estado criou a MS-Mineral, em julho passado, com investimento inicial de R$ 3,4 milhões. A empresa acompanhará a produção e comercialização de minérios, além de mapear o estado geológica e geotecnicamente e colaborar na recuperação ambiental de áreas degradadas.
(Outubro/novembro 2011)