No final de setembro, o mercado de ouro foi sacudido pelo maior negócio dos últimos três anos. A canadense Barrick Gold Corp, que andava com sua produção de ouro estagnada – e queda de 8 M oz para 5,3 M oz anuais em uma década – convenceu seus acionistas a aportarem US$ 5,4 bilhões em acordo all-share com a Randgold Resources, formando o maior grupo de ouro em escala mundial, com valor estimado em US$ 18 bilhões e produção da ordem de 6,6 M oz por ano. Ficou acordado que os acionistas da Barrick terão cerca de dois terços da nova “Barrick” e os investidores da Randgold o restante. O acordo será votado pelos acionistas no dia 5 de novembro. O negócio ocorre em um momento em que os preços do ouro flutuam abaixo de US$ 1.200 por onça-troy (queda de 8% nos últimos meses) e verifica-se uma crise na qualidade de minério no mundo: dos teores médios de 1,42 g/t há uma década, os cinco maiores produtores – Barrick Gold, Newmont Mining, Anglogold Ashanti, Goldcorp e Newcrest Mining – convivem hoje com teores de 1,12 g/t (2017). A solução, portanto, é reduzir custos operacionais, aumentar a produtividade, ganhar escala e reduzir riscos. A Randgold Resources aumentou, pelo sétimo ano consecutivo, sua produção em 2017, mas atua em locais de maior risco – os maiores pits estão na África, no Mali e no Congo, que estão revisando seus códigos de mineração, com elevação prevista nos royalties. Já a Barrick tem maior segurança nesse aspecto, concentrando seus ativos nos EUA, América do Sul e Oceania.