Por Tébis Oliveira
A nona edição de Sustentabilidade na Mineração Brasileira traz os IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável) de 18 mineradoras registrados no ano de 2017. São elas: AMG Mineração, Anglo American, AngloGold Ashanti, ArcelorMittal, CBA (Cia.Brasileira de Alumínio),CMOC (Chyna Molibdenum Corporation) International Brasil, Copelmi, Kinross, LafargeHolcim, Mineração Caraíba, Lipari, Mineração Usiminas, MRN (Mineração Rio do Norte), Mosaic, Nexa Resources, Vale, Sama e Vanádio de Maracás (Largo Resources).
Todas as empresas – 17 de grande porte e duas de médio porte – desenvolvem suas operações a céu aberto, sendo que 4 também possuem minas subterrâneas. A produção mineral inclui agregados, bauxita, carvão, caulim, chumbo, cobre, diamante, espodumênio, estanho, feldspato, ferro, ferroníquel, fosfato, fibra mineral crisotila, manganês, nióbio, ouro, potássio, prata, tântalo, vanádio e zinco.
Do total de mineradoras, 14 declararam certificações: Usiminas (ISO 9001), CBA e Copelmi (ISO 14001), Mosaic (ISO 9001 e 14001), ArcelorMittal, Kinross e MRN (ISO 14001 e OHSAS 18001) e Anglo American, AngloGold, CMOC, Caraíba, Nexa, Sama e Vale (ISO 9001 e 14001 e OHSAS 18001). Figuram, ainda, as certificações SA 8000, de Responsabilidade Social (Kinross) e ISO 17025, de Laboratórios de Ensaio e Calibração (AngloGold e CMOC). A AngloGold possui também a LBMA (London Bullion Market Association), que atesta o padrão de qualidade de suas barras de ouro e, tanto ela quanto a Kinross são signatárias do Código Internacional de Gestão de Cianeto.
Catorze empresas informaram seus investimentos na área ambiental. Os mais expressivos são os da Nexa (US$ 61,5 Milhões) e Vale (US$ 125,5 Milhões), incluindo suas operações brasileiras e internacionais. Entre os recursos aplicados no Brasil pelas outras 12 mineradoras, os maiores aportes foram da Anglo American (R$ 40,1 milhões), AngloGold (R$ 23 milhões), Kinross (R$ 22,2 milhões) e CBA (R$ 15 milhões). Entre os valores da Provisão para Fechamento de Mina, Nexa e Vale mantém posição de destaque – US$ 260,9 milhões e US$ 3 bilhões, respectivamente. As outras nove mineradoras integralizaram provisões de R$ 900,6 milhões. O maior montante é o da Anglo American, que acumula R$ 507 milhões para o fechamento planejado do Minas-Rio e outros R$ 155,7 milhões para o de sua operação de ferroníquel.
Indicadores Ambientais
O consumo energético da maioria das mineradoras provém de energia elétrica. No emprego de combustíveis líquidos predominam o diesel e a gasolina. A CMOC declarou também o uso de biomassa (eucalipto), gás natural e biodiesel; a Nexa, de gás natural e coque; e a Vale, de gás natural, coque e carvão, além de combustíveis renováveis. A água empregada pelas empresas provém de captação superficial, poços artesianos e pluvial, além do abastecimento, em menor volume, por companhias estatais. A reciclagem/recirculação do insumo, encontra-se na faixa de 68% a 96%.
Nove mineradoras informaram a emissão de CO2e ou de CO2, 6 de NOx , 5 de SOx e 7 de particulados. A Anglo American não declarou as emissões de NOx e SOx, em sua operação de ferroníquel, por utilizar insumos com baixo teor de enxofre e nitrogênio, assim como de particulados por estarem abaixo dos padrões internacionais e legais. No caso da Sama, como seus fornos rotativos são movidos a GLP, não há referência normativa para emissões de NOx e SOx, segundo a mineradora.
Entre os resíduos gerados, o maior volume é de não perigosos e as taxas de reciclagem em 14 mineradoras, variam entre 59,9% e 96,7%. O aterro é a segunda destinação mais utilizada, seguida do coprocessamento e, em volume bem menor, da incineração.
No tema Biodiversidade, todas as empresas informaram a conservação de áreas verdes e de sua fauna e flora, assim como a prática de revegetação e o monitoramento de fontes hídricas. Dez empresas declararam a manutenção de viveiros de mudas, no caso da Usiminas, atualmente desativado. O despoeiramento nas minas é comumente feito com a umectação de vias, mas várias empresas possuem filtros de manga, precipitadores eletrostáticos e lavadores de gases em pontos críticos como a britagem. Foi registrada a ocorrência de 65 acidentes ambientais pela Anglo American e de 26 pela CBA, todos de baixo impacto e pouco significativos, observam as empresas.
Indicadores Sociais
No conjunto das 18 mineradoras, prevalecem os empregos indiretos e, entre os diretos, o grau de escolaridade predominante é o nível médio. O investimento em treinamento e capacitação profissional é realizado por todas as empresas, sendo que os maiores aportes foram feitos pela Vale (US$ 14 milhões), Nexa (US$ 2 Milhões), AngloGold (R$ 4,9 milhões), MRN (R$ 1,9 milhão), Kinross (R$ 1,8 milhão) e CMOC (R$ 1,2 milhão). Em acidentes de trabalho, a melhor marca é a da AMG, que não teve acidentes em 2017, com recorde de 2.066 dias trabalhados sem acidentes. O maior número de ocorrências SPT (Sem Perda de Tempo) se deu na Vanádio de Maracás (53), Anglo American (47), AngloGold (43), Mosaic (41) e LafargeHolcim (31). Entre os acidentes CPT (Com Perda de Tempo), a LafargeHolcim teve 42 ocorrências. Os acidentes SPT e CPT incluem mão de obra direta e indireta. A Nexa e a Vale registraram um óbito cada no Brasil.
Verifica-se também um aumento do número de mulheres empregadas nas mineradoras, embora poucas tenham cargos de chefia. O número de afrodescendentes e funcionários acima de 45 anos também é elevado e 16 mineradoras contam com portadores de necessidades especiais contratados.
Apenas duas mineradoras não informaram o montante de seus investimentos sociais. No mais, há valores expressivos como os da Vale (US$ 487,3 milhões), Nexa (US$ 14,6 milhões), Anglo American (R$ 15,7 milhões), Usiminas (R$ 6,5 milhões), MRN (R$ 5,2 milhões), AngloGold (R$ 4,9 milhões), Kinross (R$ 3,5 milhões) e Vanádio de Maracás (R$ 3,1 milhões).
A nona edição de Sustentabilidade na Mineração Brasileira, com todos os IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável), consolidados em gráficos e tabelas, foi publicada na edição 74 da revista In The Mine. Adquira seu exemplar, impresso ou digital, na loja virtual da Editora Facto (www.factoeditorial.com.br)