POR UMA MINERAÇÃO DE DADOS
Usual em Tecnologia da Informação, a expressão do título vem a calhar, literalmente, neste Anuário Brasileiro de Sustentabilidade na Mineração. Após 5 anos de esforço determinado e conquistando aos poucos a credibilidade das mineradoras, conseguimos pela primeira vez consolidar os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) de 21 operações minerais.
Pode parecer pouco diante das cerca de 5,2 mil empresas (dados do IBRAM) do setor. Não é. A produção conjunta dessas 21 mineradoras foi de 433,3 Mt de minério (bruto e/ou beneficiado) e de 813,9 mil oz de ouro em 2012. O que equivale a 42,6% da produção mineral e a 40,2% da produção de ouro (dados do DNPM) em 2011 no Brasil. Daí que, a amostragem dessas empresas serve sim de parâmetro do segmento e como seu comparativo em relação a outras cadeias produtivas.
Além dos IDS de cada empresa, o leitor encontrará nesta edição a soma de todos os indicadores. Juntas, por exemplo, 19 mineradoras consumiram 9 MMWh de energia em 2012 ou cerca de 9% da geração da Itaipu Binacional nesse ano. Ou o mesmo que consumiram 4,8 milhões de residências brasileiras ou o que foi gerado por uma pequena hidrelétrica de 2.160 MW, em um ano.
Outra informação: a emissão de CO2, por 7 grandes mineradoras, foi da ordem de 21 Mt no período. Só a Copa de 2014, entre preparativos e realização, deve emitir 14 Mt de gases de efeito estufa (GEE). A cidade de São Paulo (SP) emitiu 16,4 MT de CO2 em 2011 e o uso de gasolina por veículos no Brasil emitiu 71,6 Mt de CO2 em 2012.
Considerem-se outros indicadores como os investimentos socioambientais ou a diversidade e oportunidades de inclusão profissional e não será difícil desmistificar a imagem de vilã da mineração. Para isso, no entanto, são necessários dados. Dados são fatos. E como já diz o ditado, contra fatos não há argumentos.
Tébis Oliveira – editora – tebis@inthemine.com.br
(Junho/julho 2013)