A Paranapanema, maior produtora brasileira de cobre, anuncia o balanço da companhia no segundo trimestre de 2017. A receita líquida total atingiu R$ 643,9 milhões no 2T2017, queda de 50% frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado líquido registrado no período foi negativo em R$73,1 milhões, o que representa uma redução de 74% em relação ao prejuízo de R$280,5 milhões registrado em igual período de 2016.
O desempenho representa uma queda de 11,4% na margem líquida da companhia, contudo, reflete uma melhora de 10,4 pontos percentuais quando comparado ao ano anterior, que foi impactado pela baixa contábil de R$252,3 milhões em créditos fiscais relacionados ao imposto de renda diferido.
O resultado está relacionado à redução temporária da compra de matéria-prima para produção de cobre primário. A empresa registrou utilização média de 48% de sua capacidade instalada de cobre primário neste trimestre, ante 95% no mesmo período do ano passado.
Consequentemente, o volume total produzido registrou queda de 44% com relação ao segundo trimestre de 2016, ficando em 59,3 mil toneladas. Foram produzidas 27,5 mil toneladas de cobre primário e 31,8 mil toneladas de produtos de cobre. Em coprodutos, como ácido sulfúrico e lama anódica, a companhia atingiu 157,6 mil toneladas.
O prêmio por tonelada vendida, no entanto, aumentou 21%, refletindo nova estratégia comercial adotada pela companhia. O prêmio como percentual sobre receita líquida subiu 2.8 pontos percentuais.
Glencore e reestruturação
A divulgação do resultado ocorre no mesmo dia que a Paranapanema anunciou um acordo de investimento com a empresa multinacional anglo-suíça Glencore, no contexto de seu processo de reestruturação. Pelo acordo, a Paranapanema poderá emitir novas ações que serão subscritas pela Glencore, que resultará em investimento de R$66 milhões. O negócio prevê ainda que a multinacional indique um membro para compor o conselho de administração da Paranapanema. A operação está sujeita às condições habituais de fechamento, como as aprovações regulatórias e o aumento de capital a ser realizado pela Companhia, que serão posteriormente definidos pela Paranapanema, em conformidade com todos os aspectos regulatórios.
O segundo trimestre de 2017 foi marcado também pela continuidade do processo de reestruturação e renegociação de 84% das dívidas da empresa com os seus credores. A empresa tem se empenhado para concluir o reperfilamento da dívida. Com a renegociação, a direção da empresa pretende aumentar a liquidez da Paranapanema e, ao mesmo tempo, reduzir o nível de alavancagem, por meio da melhora significativa do perfil de sua dívida.
Segundo Marcos Camara, presidente da Paranapanema, essas ações fazem parte de um conjunto de medidas que integra o plano de reestruturação da companhia. “O acordo com a Glencore, o processo de capitalização, o reperfilamento da dívida e o novo plano de negócios são os principais esforços empenhados pela direção da empresa, em conjunto com acionistas e credores, para retomar a plena atividade operacional da Paranapanema e a geração de valor aos investidores”, afirma Camara.