As junior companies, muito mais que as grandes mineradoras, se constituem hoje na grande vanguarda da pesquisa mineral do país. Com estruturas enxutas, disponibilidade de tecnologia e capitalizadas em bolsas no exterior, as juniores estão garantindo um futuro bastante promissor para o setor mineral no Brasil. No primeiro trimestre deste ano, somente as mineradoras juniores australianas e canadenses captaram aproximadamente US$ 300 milhões para investimento no Brasil.
No seminário “Desafios e Propostas para a Atração de Investimentos para o Setor de Exploração Mineral Brasileiro”,organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), dia 22 de março, em Brasília (DF), o embaixador do Canadá no Brasil, Riccardo Savone, afirmou que as juniores canadenses têm potencial para investir US$ 1,2 bilhão em projetos minerais e gerar 2 mil empregos.Ele elogiou os esforços do atual governo para propiciar um melhor ambiente ao investimento do setor, mas lembrou que ainda falta uma definição em relação ao marco regulatório – que atenda governo, população e o setor privado – e maior agilidade no processo de licenciamento ambiental. “Muitos projetos não avançam em razão da dificuldade na obtenção de licenças”.
Na mesma linha, a vice-embaixadora da Austrália, Tracy Reid, afirmou durante o evento que o “ambiente jurídico é difícil” e que, não fosse isso, os investimentos em exploração mineral poderiam ser muito maiores. “É bom ver o ministro interagindo com o setor de mineração, mas o país precisa tornar as leis trabalhistas mais adequadas e flexíveis às tecnologias modernas”.