O basalto vesicular à esquerda (Rocha H), na sequência de fotos acima, é uma pessoa que vive na Península de Otago, Nova Zelândia, ocupando-se da criação de galinhas. Causa uma impressão positiva por parecer “modesta”, “prática”, “confiável” e “trabalhadora”. Já a obsidiana do centro (Rocha G), é seu oposto: de vivência “urbana” e “contemporânea”, tende a ser “intransigente” se for“honesta” ou, não sendo, o que é mais provável, se revele “maliciosa”, “falsa” e uma “alpinista corporativa”. Por sua vez, pouco foi dito do quartzo fumê à direita (Rocha I), unanimemente percebido como sendo do sexo“feminino” e bastante “independente”.
Essas impressionantes interpretações constam do livro “The Brand Personality of Rocks: A Critical Evaluation of a Brand Personality Scale”, dos pesquisadores Mark Avis e Shelagh Ferguson e Sarah Forbes. Não causou espanto que a obra fosse consagrada, neste ano, com o prêmio Ig Nobel, na categoria “Economia”. A sátira do prêmio Nobel é dedicada a trabalhos científicos pouco ortodoxos e de seriedade questionável.
Na realidade, o estudo se baseia na aplicação da escala BPFFM, que introduziu o conceito de personalidade associado a marcas de produtos, com base em cinco dimensões: sinceridade, emoção, competência, sofisticação e aspereza. A ideia dos professores era demonstrar que o conceito é falho, já que a maioria das pessoas tende a personificar ou atribuir características humanas a objetos inanimados. Inclusive rochas, como se pode ver. Talvez os geólogos tenham muito a dizer a respeito…