Mais de 900 executivos com interesses no setor mineral, oriundos de 40 países, estiveram presentes na solenidade de abertura do 24º World Mining Congress (WMC 2016), realizado entre 18 e 21 de outubro, no Rio de Janeiro, organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM. É a primeira vez que o WMC é realizado no Brasil – as próximas edições, a cada três anos, serão realizadas no Cazaquistão, Austrália e Peru. Prestigiaram o evento Jósef Dubinski, presidente do WMC, Wang Xianzheng, presidente da Associação Nacional Chinesa de Carvão, Roman Stiftner, secretário-geral da Confederação Europeia de Recursos Minerais, e Zamir Saginov, secretário-executivo do Ministério de Investimento e Desenvolvimento do Cazaquistão.
O Governo Federal foi representado pelo ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, já que o titular, Fernando Bezerra Coelho Filho, participava da visita à Índia e ao Japão na comitiva do presidente Michel Temer – que incluiu também o presidente da Vale, Murilo Ferreira. Pedrosa garantiu que “o governo federal pretende construir um ambiente confiável e de credibilidade para atrair investidores e, naturalmente, novos negócios para o setor mineral no Brasil”.
O ministro anunciou que o governo pretende “repensar o papel do Estado em relação à mineração para que o setor amplie, agregue mais valor e diversifique sua produção”. Até recentemente, disse Paulo Pedrosa, “o governo vinha bloqueando o acesso dos produtores de minérios” e deu como exemplo a posse de áreas em que a mineração poderia se desenvolver.se transferidas para a iniciativa privada. Ele anunciou que o governo estuda “vender” estas terras para a produção de minérios.
Paulo Pedrosa também disse que o Ministério de Minas e Energia trabalha para fortalecer as instituições do setor, como o Serviço Geológico Brasileiro e o Departamento Nacional de Produção Mineral. São milhares de processos estancados nessas autarquias que precisam de novo impulso “para que o governo aja como protagonista, como facilitador dos investimentos no setor mineral”, afirmou.
Vicente Lôbo, secretário de Minas, e dirigentes e técnicos da CPRM e do DNPM também acompanharam o ministro Pedrosa. Lôbo garantiu que o Ministério de Minas e Energia está empenhado na reestruturação de todos os recursos disponíveis na área federal para a agilizar a retomada dos investimentos no setor. “DNPM e CPRM passarão a trabalhar juntos, inclusive fisicamente em alguns estados, e também já estabelecemos uma parceria com o CETEM”. Ele adiantou também que o governo está trabalhando para uma definição final do marco legal e nas áreas da CPRM que serão licitadas.
“O setor mineral brasileiro está pronto para dar as respostas que o Brasil precisa para retomar seu desenvolvimento, investir na construção de infraestrutura e gerar empregos. Temos os minérios necessários como brita, areia, ferro e tantos outros para vencer este desafio”, garantiu Fernando Coura, diretor-presidente do IBRAM.
Um momento marcante da cerimônia de abertura foi a homenagem feita a Marcelo Ribeiro Tunes, Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, pelo aniversário e os 50 anos de vida profissional dedicados ao setor mineral. “ O Brasil, que é um Estado de Direito, retoma com ordem o caminho do desenvolvimento e a mineração terá um papel fundamental nessa nova fase”, afirmou Marcelo Tunes.
Ruben Fernandes, CEO da Anglo American, afirmou que o setor já apresenta sinais de recuperação e destacou o trabalho do governo para atração de investimentos internacionais. Já Clovis Torres Junior, presidente do Conselho Diretor do IBRAM e diretor-executivo de Recursos Humanos, Integridade Corporativa e Consultoria Geral da Vale, disse que a mineração em nível global deve aprender a fazer cada vez mais, com menos recursos.
“O grande desafio é estimular o desenvolvimento de novas soluções”, disse Józef Dubinski, presidente do World Mining Congress (WMC 2016) e diretor do Instituto Central de Mineração de Katowice, na Polônia. Wang Xianzheng, presidente da China National Coal Association, associação que reúne os produtores do país, anunciou que a China pretende aumentar sua produção de carvão mineral em 500 milhões de toneladas anuais dentro de 3 a 5 anos