PESQUISA MINERAL EM ÁGUAS INTERNACIONAIS

PESQUISA MINERAL EM ÁGUAS INTERNACIONAIS

elevado_riograndeA Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, das iniciais em inglês) concedeu autorização ao Brasil para realizar pesquisa de exploração mineral em uma área de 3.000 quilômetros quadrados no oceano Atlântico. Batizada de Elevado Rio Grande, essa área fica a uma distância de mais de 1.000 quilômetros do litoral Sul brasileiro, portanto fora das águas sob jurisdição do país, apresentando grande potencial para exploração de cobalto, manganês e minério de ferro.

Como ela fica em águas internacionais, pesquisas desse tipo estão condicionadas a uma autorização da ISA, órgão ligado às Nações Unidas, que pela primeira vez recebeu um pedido dessa natureza por parte do Brasil. A proposta foi apresentada no final do ano passado, no qual o país se dispôs a investir US$ 11 milhões nos primeiros cinco anos de contrato, que tem duração de 15 anos. Os recursos serão aplicados basicamente na locação de embarcações especiais para pesquisa e nos ensaios com os materiais coletados.

Em fevereiro último, uma delegação brasileira apresentou à entidade o plano de trabalho, que é considerado estratégico por inserir o Brasil no cenário internacional. Além disso, o CPRM (Serviço Geológico Brasileiro), que vem participando dos estudos, destaca sua importância para o desenvolvimento tecnológico e de recursos humanos do país. Nos últimos anos, diversos países vêm desenvolvendo atividades de pesquisas no Atlântico Sul, com destaque para a França, Rússia, China e Alemanha.

A estatal chinesa de pesquisa mineral oceanográfica já anunciou a descoberta de depósitos hidrotermais no Atlântico Sul, o que sinaliza a ocorrência de minérios na região. O instituto de pesquisa alemão IFM-Geomar, por sua vez, programou uma expedição no Atlântico Sul para ampliar conhecimentos sobre possíveis minerais identificados por britânicos e chineses. A Rússia, que já realizou pesquisas no Pacífico e Atlântico Norte, também voltou suas atenções para a região, o que obriga o Brasil a se mobilizar, para não tornar-se um expectador passivo, enquanto outras nações prospectam riquezas minerais ao lado de suas fronteiras marítimas.

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