EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS INTERNACIONAIS

EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS INTERNACIONAIS

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Roberto Ventura

Há cinco anos a CPRM realiza expedições em águas internacionais com a finalidade de ampliar a presença brasileira e avaliar o potencial mineral do Atlântico.  Nesse período, os pesquisadores  fizeram levantamentos  geofísicos  do leito marinho e coletaram mais de vinte toneladas de amostras de rochas  do fundo do Oceano.

De acordo com Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, estudos preliminares revelaram o potencial mineral da região. No local,  incluído no plano de exploração, foram encontradas crostas ferromanganesíferas com indícios de ferro, manganês e cobalto. “Além do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em seu bojo a formação de recursos humanos e o desenvolvimento tecnológico”, avalia Ventura.

A expectativa é que a proposta brasileira seja aprovada ainda este ano. Em fevereiro, uma delegação composta por representantes da CPRM e da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM),  foi à Jamaica, sede da Isba, defender o pleito do Brasil na entidade.  “É uma sinalização estratégica do Brasil, que agora passa a integrar um seleto grupo de países que estão na vanguarda das pesquisas marinhas voltadas para exploração mineral em águas profundas”, diz Ventura, citando Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Correia do Sul.  “Esses países têm recursos financeiros e tecnologia e estão buscando autossuficiência de bens minerais para o  futuro”, destaca.

Se o plano de trabalho for aprovado, o Brasil terá 15 anos para pesquisar com exclusividade o local escolhido. “Estamos iniciando uma nova fase nas pesquisas de geologia marinha, que envolvem o desenvolvimento de tecnologias para exploração dessas áreas”, destaca o diretor da CPRM.  Segundo ele, as pesquisas estão sendo realizadas por equipes multidisciplinares formadas em diversas áreas de conhecimento. Entre elas, geologia, biologia, geofísica, além de estudantes de universidades.

“A ideia é permitir a iniciação cientifica, a geração de conhecimento e a capacitação de especialistas para que o País possa estar apto a pesquisar e explorar minerais em águas profundas”, diz. No total, o projeto envolve cerca de 80 pesquisadores de diversas instituições. Nos últimos quatro anos foram investidos cerca de R$ 90 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas pesquisas no Atlântico Sul. Para este ano estão previstos mais R$ 20 milhões e, para os próximos cinco anos, se aprovado o pedido, R$11 milhões vão ser gastos em pesquisas na Elevação do Rio Grande.

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Parcerias – o diretor da CPRM não descarta a possibilidade de no futuro o Brasil fazer parcerias com outros países para exploração mineral de áreas em águas internacionais.Vamos executar um amplo programa de treinamento para capacitar nossos profissionais. Queremos também incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias. Para isso já estamos conversando com centros de pesquisa, em busca de novas parcerias”, adianta Roberto Ventura.

Como nos tempos das caravelas, quando portugueses, espanhóis, franceses, ingleses disputavam a supremacia econômica nos mares em busca de ouro, prata, diamante e especiarias em terras desconhecidas. Agora, a ex-colônia portuguesa, lança-se não ao mar, mas ao fundo dele. O resultado dessa façanha só o tempo  dirá.

(Por Warley Pereira)

 

1 comentário em“EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS INTERNACIONAIS

  1. Antes de ser abordada a formação geológica do Planeta Vermelho, bem como seus mares e oceanos é necessário o aprimoramento de tecnologias nacionais em ambientes desfavoráveis, embora exista outras províncias ricas em minerais estratégicos a serem exploradas a médio prazo.

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