APOSTANDO NA BAHIA

APOSTANDO NA BAHIA

Por Gabriela Nunes,

planta angico mineracao caraiba itm 46Representando quase um quarto da produção total da Mineração Caraíba S/A (MCSA), o Projeto Angico está em pleno funcionamento desde abril passado e já produz 60 mil t de minério de cobre por mês. Esse depósito satélite, localizado no distrito de Pilar, ao norte da Bahia, terá vida útil até maio de 2014. O investimento total para que a mina começasse a operar foi de R$ 8 milhões.

No entanto, de acordo com o gerente geral de Operações, Walter Nieves Filho, o projeto já deveria estar operando desde o primeiro trimestre de 2012, mas em decorrência da suspensão da emissão de portarias de Lavra pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), desde novembro de 2011, por ordem dos ministérios da Casa Civil e de Minas e Energia, seu início foi adiado. “Nós já tínhamos a licença ambiental e, por isso, pudemos iniciar o decapeamento da área antes. Mas fomos obrigados a aumentar a taxa de extração de outro em um depósito próximo e, mesmo assim, não foi possível produzir tudo o que precisávamos. Registramos uma queda de cerca de 8% da produção”, revela o gerente.

Operação

Walter Nieves Filho, gerente geral de Operações
Walter Nieves Filho, gerente geral de Operações

Por ser uma lavra convencional a céu aberto, o Projeto Angico conta com equipamentos simples, de porte pequeno (vide tabela). As principais tecnologias empregadas na mina foram caminhões bitrem e tritrem, para a redução dos custos com transporte, e escaneamento, com o aparelho I-Sight e o software MineSight, para a medição e o planejamento da cava. Já na usina de beneficiamento, foi utilizado um filtro prensa para 500 t/h de concentrado, da Diemme, além de 84 células da Wenco, para o circuito de flotação – distribuídas em 10 bancos, com análise online por equipamento de raio-x, modelo Courier, da Outotech. É para esse “raio-x”, aliás, que o gerente chama a atenção. “É um equipamento que fica no núcleo da fábrica fazendo um monitoramento contínuo. A cada seis minutos ele realiza uma análise das várias etapas da flotação: a alimentação, o produto intermediário e o rejeito final, recomeçando do início. Além de monitorar, ele fornece os teores de minério, permitindo que os operadores façam os ajustes necessários para otimizar a flotação”, esclarece Nieves.

tabela maquinas projeto angico itm 46

Como o projeto implantado não conta com uma usina de beneficiamento exclusiva, o minério extraído é processado na planta principal da Caraíba, a 42 km da mina, em Jaguarari, que, por sua vez, está a 500 km de Salvador. Esta longa distância, inclusive, foi um dos desafios encontrados. “Fazer o transporte do minério é também um problema de custo. Temos que fazer a lavra, depois embarcar e trazer o minério, para  que ele possa ser processado”, explica o gerente.

Essa não foi a única dificuldade na implantação do Projeto Angico: a falta de mão-de-obra qualificada também retardou o processo. A MCSA buscou, como primeira opção, usar a população local para suprir a demanda das cerca de 130 vagas diretas geradas. “Como é uma mina a céu aberto, a situação é um pouco mais simples. Precisávamos, por exemplo, de alguns operadores de trator, escavadeira e caminhão. Para isso, treinamos alguns motoristas da região, que estavam acostumados a transportar frutas, para o transporte de rocha, que é bem diferente”, conta.

O gerente acrescenta, ainda, que já existe um núcleo de pessoas com afinidade na área da mineração, pois existem operações com minas nas proximidades, como em Campo Formoso, Vale do Jacurici, Jacobina, Santa Luz, e outras. “Existe um núcleo de engenheiros de minas e alguns geólogos. Então, temos conseguido atrair e fixar esse pessoal mais especializado. Mas, no nível intermediário, técnico, da operação, é um pouco mais difícil”, completa. Nesses casos, a empresa oferece cursos de capacitação, possibilitando a formação de uma mão-de-obra especializada na região.

area de lavra angico caraiba itm 46A maior parte dos funcionários que atua na mina reside próximo ao local: além da  população de Pilar, há os povoados do Poço de Fora (município de Curaçá) e o de Pinhões (município de Juazeiro). “Existe uma contribuição efetiva do empreendimento para a modernização tecnológica e para o aumento da oferta de emprego e renda para essa população. É uma região que tem poucas alternativas econômicas, porque é uma região semi-árida, que está vivendo uma seca prolongada de três anos já. Então, a geração de emprego e renda tem uma grande dependência dos projetos de mineração”, afirma Nieves.

Para a implantação do projeto, a empresa construiu e manteve a conservação de algumas vias internas e dos trechos rodoviários utilizados para o transporte dos insumos até as instalações da MCSA, melhorando a acessibilidade da população da região. Além disso, parte da água aduzida do rio São Francisco pela empresa, para utilização em seu processo industrial é destinada a outras localidades para abastecimento público. É fornecida água bruta para cerca de 530 sitiantes em seu entorno, além de favorecer o abastecimento de água potável, servindo ao todo cerca de 100 mil pessoas.

Ainda na Bahia, a Mineração Caraíba tem em vista também o projeto do depósito de Suçuarana, que começará a ser explorado no próximo ano. E subindo até o Pará (PA), o Projeto Boa Esperança, no município de Tucumã, aguarda concessão da portaria de lavra e a licença ambiental de instalação, para então começar a operar. O gasto estimado para esse empreendimento é de US$ 400 milhões.

1 comentário em“APOSTANDO NA BAHIA

  1. Eu sou filha de Waldir Nunes Pereira já falecido ele trabalhou na imprensa mineração c
    urimbaba fui moradora dentro da firma e meu pai era encarregado da mineraçãocurimbaba ele enventou muitos mineros arrumava emprego para muitos em poços de Caldas e em Bandeira ele colocou os trabalhadores pós caminhão de ônibus pr pra levar os trabalhadores e fez a firma quece mas foi tudo em vão nem se fala a respeito

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