FOCO EM INFRAESTRUTURA

FOCO EM INFRAESTRUTURA

Por Ricardo Gonçalves,

Regiao Centro Grande_ITM41

Goiás
Na visão de Alexandre Baldy, secretário da Indústria e Comércio de Goiás (GO), Presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Consedic) e empresário, o incentivo do governo estadual ao desenvolvimento do setor de mineração tem sido decisivo e muito positivo. Foram feitos investimentos maciços em infraestrutura nos últimos anos, por exemplo, com a implementação do Programa Rodovida, que visa à recuperação de estradas, e com a ampliação da rede de distribuição de energia, sendo re tomada a operação da Centrais Elétricas de Goiás (CELG). Voltado diretamente à mineração, o Fundo de Fomento à Mineração do Estado (Funmineral) disponibilizou R$ 21 milhões para o financiamento de projetos de prospecção, pesquisa, lavra e industrialização de bens minerais por pequenas e médias empresas, em todos os municípios goianos.

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Alexandre Baldy

Investimentos do setor privado também marcam a atual fase de Goiás. Em Catalão e Ouvidor, mais de US$ 500 milhões já foram aplicados na verticalização da industrialização de fosfato. Em Barro Alto, a Anglo American instalou uma mina de níquel com US$ 70 milhões e investiu mais US$ 1,9 bilhão para implantar uma usina de processamento do mesmo minério, com a finalidade de produzir liga de ferro-níquel. No caso da Yamana Gold, os investimentos são de aproximadamente R$ 600 milhões em três projetos de ouro nos municípios de Pilar de Goiás, Alto Horizonte, Crixás e Guarinos.

O governo goiano também lançou, recentemente, o Mapa da Mina e Negócio do Minerador, com levantamentos geológicos e aero-geofísicos e manuais temáticos de orientação ao investidor do setor mineral. O trabalho revela, por exemplo, que em Catalão há boas perspectivas de ampliação da produção de fosfato e nióbio. Baldy afirma que projetos em mineração são importantes para o estado, pois o segmento é um dos maiores pólos indutores de desenvolvimento, trazendo benefícios econômicos, sociais e para a infraestrutura da região. É o caso de Alto Horizonte, cidade onde opera uma grande mineradora desde 2007 e que teve um crescimento muito forte, sobretudo economicamente, nesse período. Catalão, onde a mineração é a principal atividade, é um dos municípios mais ricos de Goiás – em 2008, o PIB da cidade alcançou a marca de R$ 4,35 bilhões, ficando na quinta colocação em todo o estado. Catalão possui jazidas de argila para cerâmica vermelha, nióbio, titânio, fosfato, entre outras.

Mato Grosso
Conhecido especialmente por sua diversidade mineral, que engloba a produção de ouro, diamante, calcário para a fabricação de cimento, cal, brita e pó corretivo, o Mato Grosso vem tomando um papel de maior destaque na indústria mineral do País, a cada ano que passa. Na última década, inúmeras pesquisas foram incentivadas e realizadas, graças à vinda de empresas estrangeiras, principalmente do Canadá, dos Estados Unidos e da Austrália, e outras que se associaram a companhias brasileiras, como é o caso da Serra da Borda Mineração e Metalurgia, pertencente à canadense Yamana Gold. Esse interesse resultou na descoberta de largos depósitos de minério de ferro, fosfato, níquel e manganês. Atualmente, o estado conta com projetos de destaque, como o Filadélfia da IMS, de ferro em Juína, o projeto Ambréx da Votorantim Metais, de zinco, cobre, chumbo, ouro e prata em Aripuanã, Morro sem Boné da Anglo American, de níquel em Comodoro, e Ernesto e Pau a Pique da Rio Novo Mineração, de ouro, em Pontes e Lacerda.

As regiões norte e noroeste do estado possuem grande presença de minerais metálicos, porém ainda falta uma infraestrutura adequada para a devida produção e o escoamento correto desses bens minerais. Havendo tais melhorias, Mato Grosso deve ter a atividade da mineração como um dos pilares de sua economia. É possível que o segmento ultrapasse até áreas ligadas à agropecuária, inclusive a enorme produção de carne e grãos, que faz do estado um dos maiores do Brasil nessa área.

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José da Silva Luz

Segundo José da Silva Luz, superintendente do DNPM-MT, em 2011, o órgão teve 999 requerimentos protocolados, contra 620 até outubro de 2012. Tal decréscimo, de cerca de 38%, pode ser explicado, diz Luz, porque os grandes projetos de mineração do estado já se encontram em fase de implantação ou execução. Tanto que os requerimentos de extração, por exemplo, aumentaram do ano passado para este, passando de nove para 12 solicitações. O superintendente lembra, ainda, que há um grande número de áreas em pesquisa mineral que podem futuramente, tornar-se grandes empreendimentos.

Mato Grosso do Sul
Tradicional produtor de minério de ferro e manganês, com minas em Corumbá e La dá rio, o Mato Grosso do Sul conta, ainda, com mineradoras de calcário e agregados para construção civil. Em 2011, 63% dos requerimentos protocolados no DNPM-MS tiveram como alvo justamente agregados (areia, cascalho, argila e basalto para brita). Entre os minerais metálicos pesquisados estão minérios de ferro, cobre e ouro, principalmente nas regiões oeste e sudoeste.

Segundo a assessoria de Comunicação da Seprotur – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, o panorama mineral sul-matogrossense não se alterou nos últimos anos. O órgão também não destaca projetos ou obras de infraestrutura realizados pelo governo estadual que beneficiem direta ou indiretamente o setor mineral. A MS-Mineral, agência criada em 2011 para acompanhar a produção e a comercialização de minérios, promover mapeamentos geológicos e geotécnicos e colaborar na recuperação ambiental de áreas degradadas estava com sua página desativada no site da Seprotur até a conclusão desta edição.

(Outubro/novembro 2012)

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